Regência "Trina" no Brasil

Regência "Trina" no Brasil 

Regência "Trina" no Brasil
Período imediatamente posterior à abdicação de dom Pedro I, durante o qual, em razão da menoridade de dom Pedro II (então com 5 anos), líderes políticos governam o Brasil em nome do imperador. Essa fase vai de abril de 1831 a julho de 1840. Ocorrem quatro regências consecutivas: a Regência Trina Provisória (1831), a Regência Trina Permanente (1831-1834), a I Regência Una (1834-1837) e a II Regência Una (1838-1840). Nesse período, o país passa por grande agitação social e política, mas consolida as bases do Império. Entre as principais questões discutidas, estão a unidade territorial do Brasil, a centralização ou não do poder e o grau de autonomia das províncias. As duas primeiras regências são marcadas pelas divergências entre os liberais moderados (chimangos), os liberais exaltados (farroupilhas) e os restauradores (caramurus), que querem o retorno de dom Pedro I ao poder. A Regência Trina Provisória é composta de um senador restaurador, um moderador e um membro da oficialidade conservadora. Ela dura pouco mais de dois meses.


Brigas políticas – Eleita pela Assembleia Geral do Império em 17 de junho de 1831, a Regência Trina Permanente reflete os interesses regionais da elite agrária e das facções políticas urbanas. É integrada pelos chimangos José da Costa Carvalho, representante do Sul; João Bráulio Muniz, do Norte; e pelo brigadeiro Lima e Silva, ligado aos moderados. O período, marcado por brigas entre os diferentes grupos políticos, consolida a base liberal de oposição à restauração dos vínculos com Portugal. Os desentendimentos transformam-se em agitações de rua no Rio de Janeiro e em outras cidades e províncias. O ministro da Justiça, padre Diogo Antônio Feijó, chefe liberal paulista, intervém energicamente e forma a Guarda Nacional, composta de tropas dos grandes fazendeiros, que recebem patentes de "coronel". Em 1834, um ato adicional à Constituição de 1824 institui a I Regência Una, cria Assembleias Legislativas provinciais para atender às reivindicações federalistas e extingue o Conselho de Estado, órgão do Poder Moderador. Apoiado pelos chimangos e pelos antigos restauradores, Feijó é eleito regente. Logo em seguida enfrenta inúmeras insurreições pelo país, como a Revolta dos Farrapos, no Sul; a Cabanagem, no Pará; e a Sabinada, na Bahia. Sentindo-se incapaz de superar a crise política nacional, o regente renuncia em 1837. No ano seguinte, o pernambucano Pedro de Araújo Lima é eleito para a II Regência Una. Mas as dificuldades e os desentendimentos aumentam. A antiga base de apoio do regime, formada pelos chimangos, divide-se entre os partidos Liberal e Conservador. O período é marcado por endurecimento e centralização política e pelo afastamento dos liberais exaltados. Disputas regionais alimentam rebeliões nas províncias, como a Balaiada, no Maranhão e no Piauí.

Solução da maioridade – Os regentes não conseguem solucionar as disputas partidárias, as diferenças econômicas, a dispersão populacional e as desigualdades que ameaçam a unidade do país. Tanto o Partido Conservador, no poder com o regente Araújo Lima, quanto o Liberal, na oposição, decidem antecipar a maioridade. Dom Pedro II é declarado maior com 14 anos, abrindo caminho para a superação das crises e a estabilização do regime no Segundo Reinado.

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