Quebra da Bolsa de Nova York (1929)

Antecedentes – A crise é o desfecho de um período de grande expansão dos EUA, que, após a I Guerra Mundial, assumem a hegemonia econômica do mundo. O aumento da produção industrial, a melhora do poder aquisitivo da população e a liberalização do crédito provocam explosão de consumo. Os investidores, atraídos pela expansão das empresas, tomam empréstimos bancários para comprar ações e revendê-las com lucro. Esse processo especulativo faz com que, de 1925 a 1929, o valor das ações das empresas suba de US$ 27 bilhões para US$ 87 bilhões. A capacidade de consumo interno não acompanha o crescimento da produtividade, resultando em enorme excedente. O preço dos produtos agrícolas começa a baixar, o que ocasiona a falência de fazendeiros. As indústrias reduzem a produção, gerando muito desemprego. Os acionistas, alarmados com a situação das empresas, procuram vender todos os papéis na bolsa.
O crack – A expansão do crédito bancário e a especulação financeira nos EUA atingem o limite com a quebra da Bolsa de Nova York. Ela provoca a falência de 9.096 bancos e 85 mil empresas, além da queda de 85% na cotação das ações entre 1929 e 1932. A redução de salários chega a 60% em 1932. A baixa do preço de matérias-primas e a diminuição das exportações e dos créditos norte-americanos a outros países dão amplitude mundial à crise.
New Deal – No auge da crise, em 1933, Franklin Roosevelt assume a Presidência dos EUA. Ele inicia um programa de reformas econômicas e sociais conhecido como New Deal (Novo Acordo), influenciado pelas ideias do economista inglês John Keynes. Roosevelt cria mecanismos de controle de crédito e um banco para financiar as exportações. Entre outras medidas, fixa salários mínimos, limita a jornada de trabalho e amplia o sistema de previdência social. Em 1937, o número de desempregados havia sido reduzido quase à metade, a renda nacional crescido 70% e a produção industrial, 64%.
Reflexos da crise – Desde o fim da I Guerra Mundial, os EUA são os maiores credores e financiadores das nações capitalistas europeias. Assim, a crise econômica alastra-se com rapidez pelos países que dependiam fortemente do capital norte-americano. No Reino Unido, em 1931, e na Alemanha, em 1932, o desemprego chega a atingir 25% da força de trabalho. Para enfrentar a crise, esses dois países e a França seguem o modelo norte-americano de interferência do Estado na economia e instituem políticas de bem-estar social. Por outro lado, essa crise diminui o prestígio da democracia em vários países e acaba por encorajar movimentos extremistas, como o fascismo, na Itália, e o nazismo, na Alemanha. No Brasil, o corte dos empréstimos necessários à política de valorização do café e a impossibilidade de exportar o produto para os EUA contribuem para a derrubada da República Velha e a ascensão de Getúlio Vargas ao poder.