Petroquímica, Histórico, Produtos petroquímicos e Petroquímica no Brasil

Petroquímica, Histórico, Produtos petroquímicos e Petroquímica no Brasil

#Petroquímica, Histórico, Produtos petroquímicos e Petroquímica no Brasil

Petroquímica é o ramo da indústria química que emprega como matérias-primas o gás natural, gases liquefeitos de petróleo, gases residuais de refinaria, naftas, querosene, parafinas, resíduos de refinação de petróleo e alguns tipos de petróleo cru. Seus produtos incluem fertilizantes, inseticidas, fungicidas, herbicidas, plásticos, adesivos, solventes, detergentes, explosivos, produtos farmacêuticos e outros capazes de substituir com vantagens materiais como a madeira, as fibras naturais, o aço, o papel e a borracha natural.

Os complexos petroquímicos são comparáveis a organismos mecânicos que, alimentados por artérias sintéticas e fluidos oleosos, produzem grande variedade de materiais de uso industrial e cotidiano.

Por sua tecnologia complexa, a petroquímica, principalmente a de produtos básicos, exige grandes investimentos em capital instalado e baixa participação da força de trabalho. É de elevado grau de automatização, com grande imobilização de recursos.

Histórico Surgida nos Estados Unidos em 1920, quando a Standard Oil e a Union Carbide passaram a  fabricar o isopropanol e o glicol, a indústria petroquímica desenvolveu-se durante a primeira guerra mundial, com a demanda de produtos estratégicos, como o tolueno e a glicerina, usados em explosivos. A fabricação do tolueno foi possível graças ao craqueamento (cracking) térmico do petróleo, que produz ao mesmo tempo hidrocarbonetos aromáticos e alifáticos.

Após a guerra, declinou o interesse pelo tolueno e outros produtos aromáticos derivados do petróleo. A partir da década de 1920, porém, o uso do propeno como matéria-prima para o fabrico de isopropanol e a perspectiva de produzir eteno em larga escala incentivaram o investimento na pesquisa e no desenvolvimento de técnicas de tratamento do petróleo e do gás natural. A partir de então, novos processos de craqueamento, destilação e reforma (reforming) tornaram-se a base da indústria petroquímica.

Ainda na década de 1920 surgiram os primeiros derivados do eteno e teve início a indústria dos plásticos. Durante essa década e a que se seguiu, o eteno, o propeno e o buteno foram os principais produtos da petroquímica. No começo da década de 1940, mais uma vez a guerra impulsionou a petroquímica. Os americanos, que já tinham a indústria petroquímica mais desenvolvida do mundo quando entraram na segunda guerra mundial, puderam contar com importantes derivados de petróleo, como combustíveis de alta octanagem para aviões e navios, explosivos, borrachas sintéticas, plásticos etc.

Após a Segunda Guerra Mundial, a petroquímica gradualmente se consolidou como um dos pilares de sustentação da vida moderna, responsável pelas matérias-primas de alimentos, roupas, componentes industriais, remédios, fertilizantes etc. Os produtos petroquímicos passaram a incluir também fibras sintéticas como o náilon, além de detergentes sintéticos, cujo consumo superou o do sabão e garantiu à glicerina um lugar destacado entre os produtos petroquímicos. Também cresceu em importância comercial a produção de poliuretanos e de policarbonatos, bem como a de compostos oxigenados a partir da combustão controlada do propano e do butano.

Produtos petroquímicosAo chegar à refinaria, o petróleo se submete ao craqueamento, processo pelo qual se separam os combustíveis e óleos lubrificantes, que são os componentes petrolíferos mais importantes e representam 97% do peso total processado. Essa atividade em geral não é considerada como petroquímica, termo aplicável às operações seguintes, em que se elaboram os três por cento restantes de subprodutos do petróleo.

Inicialmente, apenas os produtos fabricados pelo refino do petróleo eram considerados petroquímicos. Mais tarde, devido ao crescente emprego de produtos obtidos fora da refinaria, em instalações industriais especializadas, os compostos orgânicos aromáticos, alifáticos e naftênicos passaram a ser considerados como petroquímicos. A maioria dos produtos petroquímicos compõe-se de matéria orgânica, mas o setor também produz substâncias inorgânicas, como a amônia, o enxofre, o hidrogênio e o peróxido de hidrogênio.

Podem-se classificar os produtos petroquímicos em três grandes grupos. Chamam-se primários os que derivam diretamente dos hidrocarbonetos presentes no petróleo, e secundários os obtidos da elaboração dos primários. Por último, há as fibras e plásticos, que derivam do processamento dos produtos secundários.

Quase todos os produtos da indústria petroquímica podem ser obtidos mediante outras técnicas e a partir de outras matérias-primas, embora a custo mais alto. Alguns exemplos são o glicerol, que pode ser separado de gorduras animais e vegetais; o benzeno, o naftaleno e o acetileno, obtidos do carvão mineral; e o álcool etílico, fabricado a partir de produtos agrícolas. Há ainda produtos antes utilizados apenas em pequena escala que puderam ampliar sua área de consumo depois que passaram a ser produzidos pela indústria petroquímica, como ocorreu com os ésteres de glicóis, o álcool isopropílico, o álcool alílico, o cloreto de alila, a epicloridrina, a acroleína etc.

As aplicações dos produtos petroquímicos se estendem às indústrias automobilística, de detergentes, de construção civil, têxtil e à agricultura. Grande quantidade dos componentes de automóveis, por exemplo, é feita de plásticos derivados de polímeros petroquímicos. Na indústria da construção, os produtos petroquímicos participam no equipamento elétrico e térmico, na forma de isolantes, pisos, adesivos, coberturas etc. A petroquímica é também uma das bases da indústria de cosméticos e está cada vez mais presente na indústria de alimentos, inclusive como matéria-prima na síntese de conservantes.

Petroquímica no Brasil A indústria petroquímica brasileira começou em 1954 com a instalação da Fábrica de Amônia e Fertilizantes da Petrobrás. Seguiram-se as unidades de polietileno da Union Carbide, de estireno da Companhia Brasileira de Estireno, e de isopropanol e acetona da Rhodia, entre outras. Em 1962 inaugurou-se a fábrica de sintéticos da Petrobrás, à base de butadieno em parte importado. Em 1967 a Petrobrás inaugurou sua unidade de butadieno.

Em 1965 o governo excluiu a petroquímica do monopólio estatal e, em 1967, criou a Petroquisa, subsidiária da Petrobrás, para associar-se à iniciativa privada. A indústria petroquímica brasileira foi instalada no regime de capital tripartite: 33% da Petrobrás, por intermédio da Petroquisa, 33% de capital nacional e 33% de capital estrangeiro. Com a privatização, na década de 1990, reduziu-se a muito a participação da Petroquisa, que chega a ser nula em indústrias que atraíram o interesse do capital privado.

Um polo petroquímico se constitui de fábricas de produtos e de uma central de matérias-primas, que recebe e transforma alguns derivados de petróleo em matérias-primas adequadas para o fornecimento às fábricas. No Brasil, duas regiões se transformaram em polos naturais de atração para a localização de projetos: São Paulo e Bahia. Na década de 1980 planejou-se a expansão da indústria petroquímica brasileira com a ampliação do polo de Camaçari, na Bahia, e a instalação de novos polos petroquímicos. O objetivo é ampliar a capacidade da indústria brasileira e aproximar dos níveis dos países desenvolvidos a produção de eteno, principal matéria-prima para o fabrico de produtos petroquímicos.

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