Líbia | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Líbia

Líbia | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Líbia


Geografia: Área: 1.775.500 km². Hora local: +4h. Clima: árido subtropical (N) e tropical (S). Capitais: Trípoli (administrativa), Surt (executiva e legislativa). Cidades: Trípoli (1.250.000), Benghazi (670.000), Misratah (380.000), Surt (170.000).

População: 6 milhões; nacionalidade: líbia; composição: árabes líbios 97%, berberes, turcos e outros 3%. Idioma: árabe (oficial). Religião: islamismo 96,1%, outras 3,5%, sem religião 0,3%. Moeda: dinar líbio.

Relações Exteriores: Organizações: Banco Mundial, FMI, ONU, Opep, UA. Embaixada: Tel. (61) 248-6710, fax (61) 248-0598 – Brasília (DF); e-mail: emblibia@terra.com.br.

Governo: Ditadura militar desde 1969. Div. administrativa: 3 províncias subdivididas em governadorias. Chefe de Estado: coronel Muammar Kadhafi (desde 1969, deposto e morto em 2011). Partido: União Socialista Árabe (único legal). Legislativo: unicameral – Congresso Geral do Povo, com 1.112 membros da União Socialista Árabe. Constituição: 1977.

LÍBIA, ASPECTOS GEOGRÁFICOS E SOCIOECONÔMICOS DA LÍBIA

Situada no norte da África, a Líbia é um país desértico, sem rios permanentes, com clima quente e seco. A grande maioria dos habitantes vive na faixa costeira, banhada pelo mar Mediterrâneo, única região que recebe chuva e pode ser cultivada. O país conserva vestígios de civilizações antigas, muitos declarados patrimônio da humanidade – como os sítios arqueológicos de Leptis Magna e Sabratha, cidades do Império Romano. O petróleo, responsável por mais de 90% das exportações, é a base da economia. Antes da descoberta das reservas, nos anos 1950, a Líbia era um dos países mais pobres da África. Atualmente, tem o segundo melhor Índice de Desenvolvimento Humano do continente. O isolamento do regime liderado pelo coronel Muammar Kadhafi acaba em 2003/2004, após a anulação das sanções adotadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), que prejudicavam a economia líbia havia mais de dez anos. Em 2011 Muammar Kadhafi foi capturado e morto pelos rebeldes no dia 20, em sua cidade natal, Sirte, devido a  "Revolução Árabe" que teve início em dezembro de 2010 na Tunísia, e atingiu outros países como o Egito, Yemen, Bahrein, Jordânia e a Síria.

Bandeira da LíbiaHistória da Líbia

Em virtude de sua posição estratégica no Mediterrâneo, a costa líbia foi ocupada por diferentes povos na Antiguidade: berberes, egípcios, fenícios, cartagineses, gregos e romanos. No século IV foi incorporada ao Império Bizantino. Árabes islamizam a região no século VII, quando se expandem pelo norte da África. Em 1517, o território cai sob domínio do Império Turco-Otomano, situação que se mantém até 1911, quando é invadido pela Itália. A colonização italiana definitiva só se dá em 1934. Durante a II Guerra Mundial, o país é dividido entre o Reino Unido e a França. Em 1949, a ONU instaura uma Assembleia Nacional e reúne as duas partes, concedendo a Coroa ao rei Idris I. O Reino da Líbia conquista a independência em 1951, mas os Estados Unidos (EUA) e o Reino Unido conservam bases militares na região. A descoberta de importantes reservas de petróleo, em 1959, muda o país.

Trípoli, Capital da Líbia
Trípoli, Capital da Líbia
Regime de Kadhafi - Em 1969, um golpe militar liderado pelo coronel Muammar Kadhafi depõe a monarquia, nacionaliza a exploração do petróleo e instala uma ditadura militar. A tradição islâmica e o nacionalismo tornam-se ideologia de Estado. Seu governo é acusado de patrocinar ações terroristas no Oriente Médio, em apoio à causa palestina, e na Europa, auxiliando grupos como o Pátria Basca e Liberdade (ETA) e o Exército Republicano Irlandês (IRA).

Tensão com os EUA - Na década de 1980, as relações com os EUA ficam tensas. Os norte-americanos impõem sanções econômicas e, em 1986, bombardeiam as cidades de Trípoli e Benghazi com o propósito de destruir campos de treinamento terrorista. Dois agentes líbios são acusados, em 1991, de ser responsáveis pelo atentado a bomba que explodiu um jato da Pan Am em 1988. O avião caiu em Lockerbie, na Escócia, matando 270 pessoas. EUA e Reino Unido exigem a extradição dos dois agentes. Diante da recusa, a ONU impõe, em 1992, um amplo embargo contra a Líbia, que inclui a proibição do comércio de armas, a suspensão internacional das linhas aéreas líbias e a restrição a relações diplomáticas com o país.

Isolamento - Para aliviar as pressões externas, Kadafi dá início a privatizações e tenta abrir a economia ao capital estrangeiro. Também reage ao fundamentalismo islâmico: em 1993 rompe com o Irã, que apoia grupos extremistas líbios. Reduzindo o isolamento da Líbia, o Vaticano reata relações diplomáticas com o país em 1997, mesmo ano em que a Liga Árabe encerra o embargo aéreo. Em 1998, Kadafi sobrevive a um atentado do grupo extremista Movimento dos Mártires Islâmicos.

Fim do Embargo - Em 1999, a Líbia aceita o julgamento dos acusados pelo atentado de Lockerbie em um país neutro e os extradita para a Holanda (Países Baixos). A ONU suspende o embargo. De acordo com Kadafi, as sanções causaram prejuízos de 23 bilhões de dólares à economia em sete anos. A Líbia abre negociações com empresas italianas, francesas e britânicas para a extração de petróleo e gás natural. Em 2000 ocorre a primeira visita em 19 anos de uma delegação dos EUA à Líbia, com o objetivo de discutir a segurança dos cidadãos norte-americanos no país.

Um tribunal escocês, sediado na Holanda (Países Baixos), condena à prisão perpétua, em 2001, o líbio Abdel Baset al-Megrahi, pelo atentado de Lockerbie. O outro réu, Lamin Khalifa Fhimah, é inocentado. Al-Megrahi foi reconhecido como o homem que, no aeroporto, mexia na mala onde estava a bomba. Fhimah volta à Líbia e é recebido como herói.

Distensão externa - Em 2003, a Líbia busca normalizar suas relações externas, ao aceitar a culpa pelo atentado de Lockerbie. Em dezembro de 2003, o governo líbio, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e o presidente norte-americano, George W. Bush, anunciam que a Líbia decidiu pôr fim ao desenvolvimento de armas de destruição em massa. A medida é o resultado de negociações secretas entre os três países.

Fim do Isolamento - Em janeiro de 2004, a Líbia concorda em indenizar com 170 milhões de dólares as famílias dos 170 mortos na queda de um avião francês no Saara, em 1989, derrubado por uma bomba, bem como, em agosto, anuncia que vai pagar 35 milhões de dólares às vítimas de uma explosão em uma discoteca em Berlim, em 1986. Essas decisões ocorrem como parte da normalização das relações externas da Líbia, com um impulso importante após a viagem histórica ao país, em março, do primeiro-ministro britânico, Tony Blair. No decorrer do ano, a Líbia recebe a visita do premiê italiano, Silvio Berlusconi, em agosto; do presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi, em outubro; e do presidente francês, Jacques Chirac, em novembro. O esforço do regime de Kadafi dá resultados, com o fim de seu isolamento internacional. Em junho, há o restabelecimento das relações diplomáticas com os EUA. Em setembro, o anúncio do fim das sanções, algumas com quase 20 anos, por parte dos EUA e da União Europeia.

A Líbia aceita culpa por Atentado

Bandeira da Líbia durante o Regime de Kadhafi
Bandeira da Líbia durante o Regime de Kadhafi
Para normalizar suas relações com a comunidade internacional, o governo da Líbia reconhece, em agosto de 2003, sua responsabilidade sobre o atentado a bomba que derrubou um avião da Pan Am sobre a cidade escocesa de Lockerbie, matando 270 pessoas, em 1988. A declaração é resultado de uma longa negociação com o governo dos Estados Unidos (EUA) e do Reino Unido e com as famílias das vítimas. Em consequência, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) decide anular as sanções internacionais contra a Líbia adotadas em 1992 (suspensas desde 1999), com 13 votos a favor e as abstenções de França e EUA. Pelo acordo, o governo líbio pagará 2,7 bilhões de dólares de indenização aos parentes das vítimas, ou seja, 10 milhões de dólares por pessoa morta no atentado. Os primeiros 40% são entregues após a ONU cancelar as sanções. Outros 40%, assim que os EUA suspendem as restrições ao comércio e aos investimentos norte-americanos na exploração do petróleo líbio. Os restantes 20% serão entregues quando a Líbia for retirada da lista dos países que apoiam o terrorismo.

Fim do Regime de Kadhafi

O regime de Kadhafi cai em 2011 na chamada “Primavera Árabe”, uma revolução que teve início em dezembro de 2010 na Tunísia, e atingiu outros países como o Egito, Yemen, Bahrein, Jordânia e a Síria. Muammar Kadhafi foi capturado e morto pelos rebeldes no dia 20 de outubro de 2011 na sua cidade natal, Sirte.

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