Romantismo | Movimento Cultural do Final do Século XVIII

Romantismo | Movimento Cultural do Final do Século XVIII

Romantismo, Movimento Cultural do Final do Século XVIIITendência que se manifesta nas artes e na literatura do final do século XVIII até o fim do século XIX. Nasce na Alemanha, na Inglaterra e na Itália, mas é na França que ganha força e de lá se espalha pela Europa e pelas Américas. Opõe-se ao racionalismo e ao rigor do neoclassicismo. Caracteriza-se por defender a liberdade de criação e privilegiar a emoção. As obras valorizam o individualismo, o sofrimento amoroso, a religiosidade cristã, a natureza, os temas nacionais e o passado. A tendência é influenciada pela tese do filósofo Jean-Jacques Rousseau de que o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe. Também está impregnada de ideais de liberdade da Revolução Francesa (1789).

Artes Plásticas  – O romantismo chega à pintura no início do século XIX. Na Espanha, o principal expoente é Francisco Goya. Na França destaca-se Eugène Delacroix, com sua obra Dante e Virgílio. Na Inglaterra, o interesse pelos fenômenos da natureza em reação à urbanização e à Revolução Industrial é visto como um traço romântico de naturalistas como John Constable (1776-1837). O romantismo na Alemanha produz obras de apelo místico, como as paisagens de Caspar David Friedrich (1774-1840).

Literatura – A poesia lírica é a principal expressão. Também são frequentes os romances. Frases diretas, vocábulos estrangeiros, metáforas, personificação e comparação são características marcantes. Amores irrealizados, morte e fatos históricos são os principais temas. Um dos marcos da literatura romântica é Cantos e Inocência (1789), do poeta inglês William Blake (1757-1827). O livro de poemas Baladas Líricas, do inglês William Wordsworth (1770-1850), é uma espécie de manifesto do movimento. O poeta fundamental do romantismo inglês é Lord Byron. Na linha do romance histórico, o principal nome é o escocês Walter Scott. Na Alemanha, o expoente é Goethe, autor de Os Sofrimentos do Jovem Werther e Fausto.

O romantismo impõe-se na França no fim da década de 1820 com Victor Hugo, autor de Os Miseráveis. Outro dramaturgo e escritor francês importante é Alexandre Dumas, autor de Os Três Mosqueteiros.

Música – Os compositores buscam liberdade de expressão. Para isso, flexibilizam a forma e valorizam a emoção. Exploram as potencialidades da orquestra e também cultivam a interpretação solo. Resgatam temas populares e folclóricos, que dão ao romantismo caráter nacionalista.

A transição do classicismo musical, que acontece já no século XVIII, para o romantismo é representada pela última fase da obra do compositor alemão Ludwig van Beethoven. Nas sonatas e em seus últimos quartetos de cordas, começa a se fortalecer o virtuosismo. De suas nove sinfonias, a mais conhecida e mais típica do romantismo é a nona. As tendências românticas consolidam-se depois com Carl Maria von Weber (1786-1826) e Franz Schubert.

O apogeu, em meados do século XIX, é atingido principalmente com Felix Mendelssohn, autor de Sonho de uma Noite de Verão, Hector Berlioz, Robert Schumann (1810-1856), Frédéric Chopin e Franz Liszt. No fim do século XIX, o grande romântico é Richard Wagner, autor das óperas românticas O Navio Fantasma e Tristão e Isolda.

Teatro – A renovação do teatro começa na Alemanha. Individualismo, subjetividade, religiosidade, valorização da obra de Shakespeare e situações próximas do cotidiano são as principais características. O drama romântico em geral opõe num conflito o herói e o vilão. Os dois grandes expoentes são os poetas e dramaturgos alemães Goethe e Friedrich von Schiller (1759-1805). Victor Hugo é o grande responsável pela formulação teórica que leva os ideais românticos ao teatro. Os franceses influenciam os espanhóis, como José Zorrilla (1817-1893), autor de Don Juan Tenório; os portugueses, como Almeida Garrett (1799-1854), de Frei Luís de Sousa; os italianos, como Vittorio Alfieri (1749-1803), de Saul; e os ingleses, como Lord Byron, de Marino Faliero.

Romantismo no Brasil – O romantismo surge em 1830, influenciado pela Independência, em 1822. Desenvolve uma linguagem própria e aborda temas ligados à natureza e às questões político-sociais. Defende a liberdade de criação e privilegia a emoção. As obras valorizam o individualismo, o sofrimento amoroso, a religiosidade, a natureza, os temas nacionais, as questões político-sociais e o passado.

Artes plásticas – Os artistas dedicam-se a pinturas históricas, que enaltecem o império e o nacionalismo oficial. Exemplos são as telas A Batalha de Guararapes, de Vítor Meireles, e A Batalha do Avaí, de Pedro Américo. O romantismo também influencia as obras dos pintores Araújo Porto Alegre (1806-1879) e Rodolfo Amoêdo (1857-1941).

Literatura – O marco inicial do romantismo brasileiro é a publicação, em 1836, de Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães (1811-1882). A produção literária passa por quatro fases. A primeira (1836-1840) privilegia o misticismo, a religiosidade, o nacionalismo e a natureza. Seus expoentes são Araújo Porto Alegre e Gonçalves de Magalhães.

Na segunda (1840-1850) predominam a descrição da natureza, a idealização do índio e o romance de costumes. Os destaques são Gonçalves Dias, poeta de Canção dos Tamoios, José de Alencar, autor de O Guarani, e Joaquim Manuel de Macedo, de A Moreninha.

Na terceira (1850-1860), o nacionalismo intensifica-se e preponderam o individualismo, a subjetividade e a desilusão. Na poesia sobressaem Álvares de Azevedo, de Lira dos Vinte Anos, Casimiro de Abreu (1839-1860), de Primaveras, e Fagundes Varela (1841-1875), de Cantos e Fantasias. Na prosa consolidam-se as obras de José de Alencar, com Senhora, e Bernardo Guimarães (1825-1884), com A Escrava Isaura. Destaca-se ainda Manuel Antônio de Almeida, com Memórias de um Sargento de Milícias.

Na última fase (1860-1880), época de transição para o realismo e o parnasianismo, prevalece o caráter social e liberal ligado à abolição da escravatura. O grande nome na poesia é Castro Alves, autor de O Navio Negreiro. Outro poeta importante é Sousândrade (1833-1902), de Guesa. Na prosa destacam-se Franklin Távora (1842-1888), de O Cabeleira, e Machado de Assis, em suas primeiras obras, como Helena. Com o romantismo surgem as primeiras produções do regionalismo, que retrata de forma idealizada tipos e cenários de regiões do país.

Música – Os compositores buscam liberdade de expressão e valorizam a emoção. Resgatam temas populares e folclóricos, que dão ao romantismo caráter nacionalista. A ópera se desenvolve no país. Seus principais representantes são Carlos Gomes, autor de O Guarani, e Elias Alvares Lobo (1834-1901). Eles são auxiliados por libretistas como Machado de Assis e José de Alencar. Em 1863 estreia Joana de Flandres, de Carlos Gomes, com texto em português. A última ópera apresentada nesse período é O Vagabundo, de Henrique Alves de Mesquita (1830-1906). Uma segunda fase do movimento é marcada pelo folclorismo. Sobressaem Alberto Nepomuceno e Luciano Gallet (1893-1931).

Teatro – Desenvolve-se com a chegada da corte portuguesa, em 1808. A primeira peça é a tragédia Antônio José, ou o Poeta e a Inquisição (1838), de Gonçalves de Magalhães, encenada por João Caetano. Martins Pena, autor de O Noviço, é considerado o primeiro dramaturgo brasileiro importante. Individualismo, subjetividade, religiosidade e situações cotidianas são as principais características do período.

www.geografiatotal.com.br
www.klimanaturali.org
Postagem Anterior Próxima Postagem