História das Forças Armadas Brasileira


História das Forças Armadas Brasileira

História das Forças Armadas Brasileira
As Forças Armadas são instituições permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob autoridade do presidente da República. Cabem às três Armas a defesa da soberania nacional, a garantia dos poderes constitucionais e, quando solicitadas, em situações emergenciais, também a manutenção da lei e da ordem. As Forças Armadas não têm poder de polícia, ou seja, não devem ser empregadas em funções de segurança pública ou no combate a movimentos sociais e ao crime organizado, como é o caso do narcotráfico. No entanto, em caso de extrema necessidade, assumem tais atribuições, se autorizadas pelo presidente. Um exemplo disso foi a atuação das Forças Armadas na luta contra o crime organizado no Rio de Janeiro, em 2002, na forma de apoio logístico e de inteligência às forças policiais.Em 1999 é criado o Ministério da Defesa, que passa a incorporar os antigos ministérios militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Parte de sua atenção é dirigida a uma fiscalização mais intensa das fronteiras brasileiras.


Serviço militar obrigatório – O alistamento militar é obrigatório para todo brasileiro do sexo masculino no ano em que completa 18 anos. As punições para o jovem que não se alista vão desde o impedimento para obter passaporte e carteira profissional até a impossibilidade de prestar exame em qualquer estabelecimento de ensino. As mulheres e os sacerdotes são isentos do serviço obrigatório.

Exército

O Exército atua não só na defesa da ordem e da legalidade em todo o território nacional como também é chamado para missões em situações de emergência e interesse social – por exemplo, enchentes e secas. O efetivo do Exército em 2004 é de 192 mil militares. Deste total, 2 mil são mulheres, oficiais ou sargentos.

Formação – Jovens interessados em seguir a profissão a partir do posto de soldado ou cabo podem fazer cursos de qualificação na mesma unidade em que prestam o serviço militar obrigatório. Para quem deseja seguir carreira como praça, o Exército mantém a Escola de Sargentos de Armas. No fim do curso, o recém-formado é promovido a terceiro-sargento, podendo chegar, no máximo, ao posto de capitão. Os que pretendem atingir escalões mais altos precisam estudar na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) ou no Instituto Militar de Engenharia (IME), ambos no estado do Rio de Janeiro.

História da Marinha do Brasil

A Marinha brasileira tem como função primordial orientar e controlar a Marinha mercante (transporte de cargas), garantir a segurança da navegação e contribuir com a formulação, a implementação e a fiscalização de políticas sobre o mar e águas interiores. Seu efetivo é de 48 mil militares.

Formação – O curso de preparação de praças da Marinha dura 11 meses e se realiza nas escolas de aprendiz-marinheiro. Para o posto de fuzileiro naval existem cursos de preparação no Rio de Janeiro, em Brasília, Salvador, Natal e Ladário (MS). A Marinha oferece ainda o curso de graduação da Escola Naval, no Rio de Janeiro. É preciso prestar concurso para a admissão ou ter passado pelo curso preparatório do Colégio Naval, em Angra dos Reis (RJ). Com duração de quatro anos, a escola prepara oficiais do Corpo de Fuzileiros, do Corpo da Armada e do Corpo de Intendente da Marinha.

Marinha do Brasil é a instituição e força armada naval composta pelos oficiais e praças, estabelecimentos, embarcações e correspondente material bélico destinados à defesa do estado brasileiro.

A extensão da costa -- mais de sete mil quilômetros-- e os 55.000km2 de águas internas do Brasil caracterizam uma realidade geográfica que impõe a necessidade de uma poderosa força naval.

HistóriaOs navios deixados por D. João VI ao retornar a Lisboa, após o período de permanência da corte no Brasil, formaram o núcleo em torno do qual começou a desenvolver-se a Marinha do Brasil independente. Entre 1822 e 1823 foi criada a "esquadra da independência", cujo objetivo era reforçar a capacidade de defesa do império. Seu primeiro comandante foi o oficial inglês Lord Thomas John Cochrane, contratado por José Bonifácio no posto de primeiro almirante. O papel da Marinha logo se tornou decisivo para a consolidação da independência. Cochrane combateu vitoriosamente na Bahia, no Nordeste e na Província Cisplatina.

História da Marinha do Brasil

Em 1824, sob o comando do general Francisco de Lima e Silva, a brigada reprimiu a Confederação do Equador, em Recife. Outros nomes importantes nas campanhas de consolidação foram João Francisco Oliveira Botas, John Taylor, John Grenfell, Rodrigo José Ferreira Lobo, Rodrigo Pinto Guedes, Teodoro Alexandre de Beaurepaire e James Norton. No bloqueio do porto da Bahia, escunas e canhoneiras brasileiras, comandadas por João Botas, impediram o abastecimento dos navios portugueses. Na mesma época, John Taylor, à frente da fragata Niterói, perseguiu a esquadra lusa até a foz do Tejo.

Depois de 1824, a Marinha lutou junto ao poder central contra movimentos revolucionários, como a campanha cisplatina (1825-1828), em que se revelaram os talentos de Tamandaré, Barroso e Inhaúma. De 1848 a 1849, foi a vez da repressão à revolução praieira, em Pernambuco. Na guerra contra Oribe e Rosas (1851-1852), a esquadra brasileira sobressaiu no célebre episódio da passagem de Tonelero, em 17 de dezembro de 1851 e, ainda no Sul, participou de combates na campanha oriental de 1864-65.

Na Guerra do Paraguai, a Marinha empenhou-se em várias ações decisivas, como a tomada de Paysandú, em janeiro de 1865, e a batalha do Riachuelo, em 11 de junho de 1865. Para lembrar essa batalha, comemora-se em 11 de junho o Dia da Marinha. Importantes foram também a travessia do rio Paraná (16-17 de abril de 1866), a passagem de Curupaiti (15 de agosto de 1867) e a de Humaitá (19 de fevereiro de 1868). Além dos grandes líderes Tamandaré, Barroso e Inhaúma, celebrizaram-se no conflito Antônio Carlos de Mariz e Barros, João Guilherme Greenhalgh e Marcílio Dias. Nos últimos anos do império, a Marinha brasileira passou por notável aprimoramento técnico e material. Em 1884 incorporou o encouraçado Riachuelo e em 1885 o Aquidabã, vasos de guerra do mais alto padrão existente na época. A armada brasileira era respeitada, então, como uma das maiores do mundo.

No início do período republicano, a Marinha do Brasil passou a construir e incrementar seus próprios estaleiros e, entre 1906 e 1910, sob os governos de Rodrigues Alves a Nilo Peçanha, foram comprados na Europa encouraçados, cruzadores e torpedeiros. Em 1914 foram adquiridos três submarinos e um tênder. Tinha início a primeira guerra mundial, e a divisão naval em operações de guerra, da Marinha do Brasil, fez o patrulhamento e defesa anti-submarina do Atlântico sul, na área situada entre Dakar, as ilhas de Cabo Verde e o estreito de Gibraltar. Seu comandante era o almirante Pedro Max Fernando de Frontin. Em Dakar, a peste dizimou 464 dos dois mil homens da divisão.

História da Marinha do Brasil
A partir da década de 1930, a construção naval no Brasil se intensificou. Na segunda guerra mundial, coube à Marinha, inicialmente, manter a neutralidade brasileira mediante o patrulhamento as águas territoriais (1939-1942). Após o torpedeamento, em agosto de 1942, de cinco navios mercantes nacionais, e com a declaração de guerra ao Eixo, no dia 22 do mesmo mês, a Marinha do Brasil integrou-se ao esforço de guerra. Participou efetivamente da batalha do Atlântico, quando escoltou a força expedicionária brasileira até a Europa, em cooperação com a quarta esquadra americana. Perdeu três navios e 477 homens no conflito, enquanto a marinha mercante perdia 31 navios e 569 homens.

Ensino e adestramentoPor meio de sua diretoria de ensino, a Marinha do Brasil empenha-se na formação e no preparo técnico-profissional de todo o seu pessoal. A formação de oficiais começa no Colégio Naval, em Angra dos Reis RJ (primeiro e segundo graus) e completa-se na Escola Naval, no Rio de Janeiro RJ (nível superior). Ao fim do curso, os guardas-marinhas estagiam no navio-escola Custódio de Melo, onde recebem instrução complementar e travam conhecimento com outros povos e armadas. Depois disso, vão integrar os corpos da armada, dos fuzileiros navais e de intendentes da Marinha. A formação de especialistas nas diversas áreas cabe ao Centro de Instrução Almirante Wandenkolk, no Rio de Janeiro.

As escolas de especialização e aperfeiçoamento formam o pessoal de serviço da Marinha. Após o curso, os novos marinheiros estão aptos a ingressar na Escola de Formação de Pessoal para a marinha mercante no Rio de Janeiro e em Belém-PA. O Centro de Fluviários de Pirapora-MG forma mão-de-obra especializada para as bacias fluviais da Amazônia e do São Francisco. A Escola Técnica do Arsenal de Marinha forma técnicos em estruturas navais, mecânica e eletrotécnica, telecomunicações e outras especialidades.

Força Aérea Brasileira

Força Aérea Brasileira

A Força Aérea Brasileira (FAB) é dividida em três grandes unidades operacionais – de transporte, de carga e de patrulhamento –, subdivididas em grupos, esquadrões e esquadrilhas. A FAB tem como missão defender o espaço aéreo nacional e gerenciar a aviação civil, a infra-estrutura aeroportuária e o Correio Aéreo Nacional, além do programa espacial brasileiro. É responsável também pelo gerenciamento do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam). O efetivo é de 55 mil militares.

Formação – Para a base da hierarquia da FAB existe o Curso de Especialização de Soldados (Cesd). Com duração de 18 semanas, o programa é ministrado em diversos comandos aéreos regionais. Na formação de praças, o principal curso é o da Escola de Especialistas da Aeronáutica (Eear), em Guarantiguetá (SP), com duração de um ano e meio. Para oficiais, há o curso de graduação da Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP). São quatro anos de estudo. A academia forma oficiais de infantaria, intendentes e aviadores. Neste último caso, porém, antes da AFA é obrigatório cursar os dois anos da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar), em Barbacena (MG).

A Força Aérea Brasileira (FAB) é uma das três forças armadas que constituem o poder militar do Brasil e a ela compete, especificamente, realizar as missões típicas de uma força aérea: conquista e manutenção do controle do ar, operações aerotáticas e aeroestratégicas, defesa aérea, proteção das linhas de navegação marítima etc. A FAB coopera ainda com as demais forças armadas na garantia dos poderes constitucionais, da ordem legal e da integridade das fronteiras; assegura a busca e salvamentos aéreos; e executa os serviços do Correio Aéreo Nacional.

Os primórdios da aviação militar no Brasil pertencem   à história da Marinha, depois à do Exército, uma vez que desde 1913 o país contou com uma escola de aviação naval e em 1919 criou-se o Serviço Aéreo do Exército. Só em 1941 foi criada a Força Aérea Brasileira.

O Ministério da Aeronáutica foi criado em 20 de janeiro de 1941, em meio à segunda guerra mundial, e assumiu a responsabilidade por todos os assuntos referentes à aeronáutica militar e civil, cabendo-lhe, basicamente, organizar, adestrar e aparelhar a FAB; cooperar com os demais órgãos do governo para garantir a ordem legal e assegurar a defesa nacional; orientar, desenvolver e coordenar a aviação civil e comercial; e ainda incentivar as indústrias aeronáuticas do país.

HistóricoEm 1913, a Marinha fundou a primeira escola de aviação naval brasileira e dois anos depois ocorreu a primeira ação bélica da aviação no Brasil,  na campanha do Contestado. Em 1916 estabeleceu-se a base aeronaval da ilha das Enxadas, e dois anos depois uma missão militar francesa foi enviada ao Rio de Janeiro com o objetivo de orientar a criação do Serviço Aéreo do Exército, transformado em 1927 na arma da aviação, enquanto se fundava a Escola de Aviação Militar.

No final da década de 1920 e início da década de 1930, a aviação naval e a do Exército passaram por grande desenvolvimento. Em 1931 foi inaugurado o Serviço Postal Aéreo Militar, mais tarde Correio Aéreo Militar e, em 1934, Correio Aéreo Nacional.

Com a criação do Ministério da Aeronáutica, a aviação militar e naval foram reunidas numa força autônoma que, pelo decreto nº 3.302, de 22 de maio de 1941, recebeu o nome de Força Aérea Brasileira. Nesse mesmo ano a FAB instituiu um sistema de patrulhamento anti-submarino ao longo das costas brasileiras e a Escola de Aviação do Campo dos Afonsos foi transformada na Escola de Aeronáutica. Em 18 de novembro de 1943 foi criado o 1º Grupo de Aviação de Caça, que participou da segunda guerra mundial equipado com 48 aparelhos Thunderbolt P-47 americanos, dos quais 16 foram derrubados em combate e quatro perdidos em acidentes, com a morte de cinco pilotos.

Com o fim do conflito, a Comissão Militar Mista Brasil-Estados Unidos propiciou à FAB grande quantidade de material e aviões excedentes da guerra. Em 1953 foram adquiridos no Reino Unido caças Gloster Meteor, os primeiros aviões a jato da FAB, substituídos em 1973 por aparelhos franceses Mirage III, a que se acrescentaram a partir de 1975 os americanos F-5E Tiger II. No começo da década de 1970 foi criada a Empresa Brasileira de Aeronáutica S/A (Embraer), que produziu os aparelhos militares Xavante, AMX e Tucano.

OrganizaçãoA unidade básica da FAB é o esquadrão, constituído por duas ou mais esquadrilhas de aviões do mesmo tipo. A FAB conta com esquadrões de instrução, de caça, de patrulha, transporte de tropas, transporte aéreo, busca e salvamento, reconhecimento fotográfico, busca e distribuição de submarinos, e de paraquedistas, entre outros. As unidades aéreas têm por sede a base aérea, que lhes fornece apoio pessoal e material necessário.

A proteção ao vôo no Brasil obedece a um sistema integrado que compreende o controle de tráfego aéreo e a defesa aérea. O Ministério da Aeronáutica é responsável pela instalação, operação e manutenção de extensa rede de equipamentos, que funcionam 24 horas por dia, no auxílio à navegação e ao pouso, tanto da FAB quanto da aviação civil.

Ensino Para a formação e aperfeiçoamento do pessoal, a FAB conta com diversos estabelecimentos de ensino. A Escola Preparatória de Cadetes do Ar, com sede em Barbacena MG, prepara alunos para o oficialato. A Academia da Força Aérea, em Piraçununga SP, forma os oficiais da ativa, aviadores e intendentes, enquanto a Escola de Especialistas da Aeronáutica, em Guaratinguetá SP, forma sargentos especialistas. A Escola de Oficiais Especialistas e de Infantaria de Guarda, em Curitiba PR, destina-se ao aproveitamento em nível superior dos sargentos especialistas. A Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, em São Paulo SP, tem por fim atualizar os conhecimentos técnicos dos oficiais. A Escola de Comando e Estado-Maior da Aeronáutica prepara, no Rio de Janeiro, oficiais superiores que aspiram ao generalato. O Centro Técnico Aeroespacial, em São José dos Campos SP, de nível superior, compreende várias entidades de pesquisa e desenvolvimento, entre as quais o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA).

Força Expedicionária Brasileira

Força Expedicionária Brasileira

Chamou-se de Força Expedicionária Brasileira (FEB) ao contingente militar que tomou parte ativa na campanha da Itália, lutando ao lado dos aliados, no segundo semestre de 1944 e primeiro de 1945.

O envio de tropas brasileiras para lutar na Europa durante a segunda guerra mundial foi decidido depois que vários navios brasileiros foram torpedeados por submarinos alemães. O Brasil declarou guerra oficialmente aos países do Eixo no dia 22 de agosto de 1942.

A determinação do governo brasileiro era de enviar à Itália três divisões de infantaria (DI), além de elementos de apoio, num total de sessenta mil homens. O contingente, organizado em unidades semelhantes às do Exército americano, estaria subordinado à direção estratégica do alto comando americano. Entretanto, apenas a primeira divisão participou da luta e, com o fim da guerra, as outras duas não chegaram a embarcar. Assim, a colaboração brasileira, no tocante a forças terrestres, totalizou 25.334 homens, sob o comando do então general-de-divisão João Batista Mascarenhas de Morais. Também participou do conflito o lº Grupo de Caça, da Força Aérea Brasileira.

Os maiores problemas enfrentados pelo Exército brasileiro na mobilização do contingente foram a falta de preparação técnica e psicológica e a deficiência de equipamento e instalações. A tropa recrutada e os voluntários vindos de todo o país se concentraram na Vila Militar, num subúrbio do Rio de Janeiro. A instrução da tropa foi dificultada pelo fato de que o Exército brasileiro ainda se pautava pelos ensinamentos da missão militar francesa, que esteve no Brasil em 1921, e teve que se adaptar rapidamente à doutrina militar americana, completamente estranha aos militares brasileiros. Havia poucos instrutores para o número de soldados e o resultado do treinamento ficou bem abaixo do esperado. Se a preparação não houvesse prosseguido na Europa, o que atenuou as deficiências da época do embarque, dificilmente a FEB teria conseguido desincumbir-se  de suas missões.

Chegada na Itália O governo brasileiro recorreu aos Estados Unidos para que facilitassem o transporte do grupamento para a Itália. Em julho de 1944, o navio-transporte General Mann estava no Rio de Janeiro, à disposição da FEB. Os embarques do contingente foram escalonados e começaram no dia 2. Os últimos elementos da FEB só chegariam na Itália em 22 de fevereiro do ano seguinte. Esse escalonamento resultou no emprego fragmentado da divisão, o que criou vários problemas para seu comandante.

Uma vez na Itália, o 1º escalão de embarque rumou de Nápoles para Tarquínia, onde foi incorporado ao V Exército americano. Devido a uma grave redução dos efetivos sob seu comando, o general americano Mark Clark, comandante do V Exército, apressou o treinamento dos pracinhas brasileiros, para que pudessem entrar rapidamente em ação. Em razão de sua inexperiência, o grupo foi destacado de início para um setor relativamente calmo, até que, segundo as palavras de Mark Clark, "tivesse recebido a inoculação do combate".

Na noite de 15 de setembro de 1944, o destacamento da FEB, sob o comando do general Zenóbio da Costa, entrou em linha, na região de Vecchiano, ao norte de Pisa, em substituição a tropas americanas. Ao amanhecer, avançou para o norte e em três dias apoderou-se de Massarosa, Camaiore e Monte Prano, depois de vencer resistência esporádica do inimigo, em retirada para novas posições nos Apeninos, a chamada linha Gótica. Nessa fase, até o dia 26 de setembro, a FEB perdeu cinco homens e teve 17 feridos, mas avançou 18km e fez 31 prisioneiros.

Avanço rumo ao Pó No dia 28 de setembro, o general Zenóbio recebeu ordens do V Exército para que a FEB avançasse na direção de Castelnuovo di Garfagnana, progredindo através do vale do rio Sarchio. A 6 de outubro, as localidades de Fornaci e Coreglia Antelminelli foram ocupadas pelos brasileiros, que capturaram, quase intacta, uma fábrica de munições e acessórios para aviões. Em 30 de outubro o destacamento brasileiro conquistou La Rochette, Lama di Sotto, Lama di Sopra, Prodoscello, Pian de los Rios, Colle e o monte San Quirico, completando assim a primeira etapa da operação de tomada de Castelnuovo, porta de acesso ao vale do Pó. Devido à importância estratégica da localidade, as tropas do Eixo desfecharam um contra-ataque e retomaram posições. Após o incidente, encerrou-se a participação do general Zenóbio nas linhas de frente, pois ele teve de supervisionar a preparação de mais dois regimentos de infantaria brasileiros que haviam chegado à Itália.

Os efetivos da FEB foram deslocados para uma frente mais importante, no vale do rio Reno, já que o objetivo de Mark Clark era "conquistar Bolonha antes do Natal". Os dois escalões brasileiros recém-chegados foram incorporados ao combate sem passar pelo planejado período de sessenta dias de adaptação e treinamento. Apesar do empenho aliado em tomar Bolonha, os alemães resistiram tenazmente em suas posições, do mar Tirreno ao Adriático. Na frente brasileira, fracassaram três ataques ao monte Castelo, em novembro e dezembro, fato que teve grande repercussão no Brasil. Em 21 de fevereiro de 1945, após um período de imobilização causada pelo inverno rigoroso, a 10ª divisão de montanha, unidade de elite americana, apoderou-se do monte Belvedere, enquanto a FEB, em ação combinada, capturava finalmente Monte Castelo, depois de 12 horas de combate.

Os ataques conjugados da FEB e da 10ª divisão de montanha prosseguiram. Os americanos conquistaram seu segundo objetivo, o monte Della Toraccia, graças em parte à conquista de La Serra pelos brasileiros, o que facilitou a posição americana. Em 5 de março de 1945, a FEB ocupou os montes Della Castellana e de Castelnuovo, abrindo definitivamente a estrada de Porreta Terme-Marano ao tráfego aliado. Com o objetivo de completar a ruptura da posição inimiga, a oeste do rio Reno, as forças brasileiras se apoderaram das regiões de Vergaro e Tole, atingindo o vale do rio Pó.

Os brasileiros conseguiram uma importante vitória em Montese, tomada em 21 de abril de 1945. A partir daí, prosseguiu o avanço aliado no vale do Pó, para evitar a evasão de tropas alemãs para o norte, onde poderiam tentar reagrupar-se. No dia 28 de abril, a FEB, que apertara o cerco sobre os alemães que se retiravam, conseguiu fazê-los retrair-se para Fornovo, onde se renderam. Nessa jornada, foram capturados 14.779 soldados da 148ª divisão de infantaria alemã e remanescentes de outras tropas do Eixo.

O dispositivo militar nazi-fascista na Itália estava em franca desagregação. A FEB ocupou a região de Piacenza e Alessandria, enquanto a 1ª divisão blindada americana tomava Novara e seguia até Turim, onde o 75º Corpo de Exército alemão, através de seu comandante, o general Joseph Pemsel, se rendeu aos aliados. Forças avançadas brasileiras fizeram junção em 2 de maio com tropas francesas, em Susa.

Vitória final Na noite de 29 de abril de 1945, emissários do comando alemão apresentaram os termos da rendição, assinada no palácio real de Caserta. Pouco depois, em 2 de maio, foi anunciada a capitulação incondicional das tropas do Eixo no Mediterrâneo, assinada em Florença.

Em 11 de maio de 1945, na catedral de Alessandria, celebrou-se missa solene em homenagem aos componentes da Força Expedicionária Brasileira tombados na Itália. Em 6 de junho, o ministro da Guerra ordenou que as unidades da FEB se subordinassem ao comandante da 1ª Região Militar, o que, em última análise, significava a dissolução do contingente.

As cinzas dos 451 oficiais e praças brasileiros mortos no conflito, entre eles oito pilotos da FAB, foram transladadas do cemitério de Pistóia, na Itália, para o Brasil, em 5 de outubro de 1960, e hoje repousam no monumento aos mortos da segunda guerra mundial, no Rio de Janeiro.

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