Coluna Prestes (1925-1927)

Coluna Prestes (1925-1927)

Coluna Prestes (1925-1927)
A Coluna Prestes  foi um movimento político-militar de origem tenentista que, entre 1925 e 1927, atua no interior do Brasil pregando reformas políticas e sociais e combatendo o governo do presidente Artur Bernardes. Após a derrota do movimento tenentista paulista, em 1924, um grupo de combatentes recua para o interior sob o comando de Miguel Costa. No início de 1925, eles se reúnem no oeste do Paraná com a coluna do capitão Luís Carlos Prestes, que havia partido do Rio Grande do Sul. Sempre com as forças federais em seu encalço, a coluna, de 1,5 mil homens, entra pelo atual Mato Grosso do Sul, atravessa o país até o Maranhão, percorre parte do Nordeste e em seguida retorna a partir de Minas Gerais. Refaz parte do trajeto da ida e cruza a fronteira com a Bolívia em fevereiro de 1927. Sem jamais ser vencida, a coluna combate as tropas do Exército, que têm a seu lado forças policiais dos estados e bandos armados de jagunços e cangaceiros, recrutados pelos coronéis e estimulados por promessas oficiais de anistia. A coluna poucas vezes enfrenta grande efetivo do governo. Em geral são utilizadas táticas de despistamento para confundir as tropas legalistas. Nas cidades e nos vilarejos do sertão, os rebeldes promovem comícios e divulgam manifestos contra o regime da República Velha e o autoritarismo do governo de Artur Bernardes, que mantém o país sob estado de sítio desde sua posse, em novembro de 1922. Os homens liderados por Luís Carlos Prestes e Miguel Costa não conseguem derrubar o governo. A eleição e a posse de Washington Luís, em novembro de 1926, e a suspensão do estado de sítio que se seguiu contribuem para apressar o fim do movimento. Mas a reputação de invencibilidade adquirida na marcha vitoriosa de dois anos e 25 mil quilômetros aumenta o prestígio político do tenentismo e reforça suas críticas às oligarquias. Com o sucesso da marcha, a coluna ajuda a abalar ainda mais os alicerces da República Velha e a preparar a Revolução de 1930. Projeta também Luís Carlos Prestes, que, desde a entrada no Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1930 e a participação na Intentona Comunista de 1935, torna-se uma das figuras centrais do cenário político do país nas três décadas seguintes.

No início do século XX, o Brasil era dominado pela hegemonia política das lideranças rurais. Apoiado por estas oligarquias, Arthur Bernardes governou o país a partir de 1922 em constante estado de sítio. Contudo, tal sistema acabava excluindo outras camadas da sociedade, especialmente a classe média urbana (militares, funcionários públicos e pequenos comerciantes), um grupo social em plena ascensão.

Tal realidade levou partes desfavorecidas da sociedade a reivindicar uma maior participação no processo político do país, resultando na eclosão de diversas revoltas de pequeno porte no Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Pará, Amazonas e Sergipe. No entanto, em 1925, o militar gaúcho Luís Carlos Prestes iniciou uma agitação que futuramente iria desestabilizar o sistema oligárquico vigente.

A Coluna Prestes foi um movimento político-militar organizado por duas frentes, uma do Rio Grande do Sul e outra de São Paulo. Cerca de 1500 revoltosos iniciaram uma verdadeira marcha por cerca de 25.000 quilômetros chamando a atenção da população e denunciando a situação política e social que o Brasil vivia por meio de comícios e manifestações. Após ter percorrido 11 Estados, o movimento se desfez em 1927, na Bolívia, local em que muitos dos combatentes acabaram se exilando.

Embora a falta de um projeto político tenha feito com que os dissidentes não tivessem sucesso em derrubar o sistema político vigente, a Coluna Prestes foi importante para enfraquecer o poder das oligarquias rurais, abrindo caminho para a posterior Revolução de 30.
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