Alpes, Geologia, Relevo, Clima e Vegetação das Regiões Alpinas

Alpes, Geologia, Relevo, Clima e Vegetação das Regiões Alpinas

#Alpes, Geologia, Relevo, Clima e Vegetação das Regiões Alpinas

Os Alpes constituem uma pequena parte da extensa zona de dobramento que se estende das montanhas Rif, no Marrocos, até o Himalaia. Na Europa, formam um arco de aproximadamente 1.200km, do golfo de Gênova até Viena, na direção sudoeste-nordeste, e constituem o mais extenso sistema montanhoso da Europa. A cadeia alpina compreende três divisões: os Alpes ocidentais, de norte a sul ao longo da fronteira franco-italiana; os Alpes centrais, no norte da Itália e sul da Suíça e da Alemanha; e os Alpes orientais, que atravessam o nordeste da Itália, o norte da Eslovênia e da Croácia e quase toda a Áustria. A largura desse arco montanhoso oscila entre 50 e 300 quilômetros. A elevação média da cordilheira fica entre 1.800 e 2.400 metros. Nos Alpes nascem importantes rios, como o Ródano, o Reno e diversos afluentes do Danúbio e do Pó.

A topografia escarpada, a persistência e abundância da neve hibernal, a compartimentação física do território e os consequentes problemas de comunicação entre as distintas regiões da cordilheira alpina configuram um meio natural pouco favorável à atividade humana. Apesar disso, o conjunto alpino é um dos sistemas montanhosos mais densamente povoados do mundo.

Os primeiros estudos científicos sobre os Alpes começaram na década de 1780, quando o professor Horace Bénédict de Saussure organizou a expedição ao monte Branco. O desenvolvimento da geologia estimulou a exploração dos montes alpinos na segunda metade do século XIX, e com isso se passou a conhecer melhor os processos geomorfológicos que originaram a cordilheira.

Geologia. A orogenia alpina começou no período terciário, quando os depósitos acumulados durante a era anterior foram soerguidos por pressões resultantes da compressão gradual entre as placas (blocos continentais rígidos) eurasiática e africana. Esse processo começou no eoceno e culminou no mioceno, há mais de dez milhões de anos.

No período quaternário, a glaciação, um novo fenômeno originado pela exacerbação das condições climáticas, contribuiu para modelar o relevo alpino. A maior parte dos Alpes ficou coberta de neve e geleiras, das quais ainda existem mais de mil. A maior é a de Aletsch, de mais de 25km de extensão, situada no sudoeste da Suíça. A ação erosiva das geleiras se faz notar na configuração de relevos abruptos, vales em "U" e lagos de origem glaciária, como o de Leman em Genebra, Suíça, e o de Como, na Itália.

Relevo. Dentro da configuração geral dos Alpes distinguem-se duas grandes unidades de relevo, a zona axial e os Pré-Alpes, diferentes tanto pelo tipo de dobramento como pela litologia.

A zona axial é formada por grandes dobramentos que deslizaram por gravidade e em cujas partes mais altas afloram materiais paleozoicos. Consiste em uma muralha escarpada e dividida por curtos vales transversais. Nela se encontram os picos mais altos da cordilheira: o monte Branco (4.807m), o Rosa ou Dufourspitsze (4.634m), o Dom ou Mischabel (4.545m), o Weisshorn (4.505m) e o Matterhorn ou Cervino (4.478m).

Ao norte e ao sul das unidades axiais, e delas separados pelos correspondentes vales longitudinais, ficam os Pré-Alpes meridionais e setentrionais, formados por capas sedimentares que sofreram um simples dobramento. O material predominante é o calcário. Essas cordilheiras, de altitude moderada, se interpõem entre as planícies e as altas montanhas como um suave degrau.

Clima e vegetação. Três elementos determinam o clima alpino: a influência das massas de ar mediterrâneas, atlânticas e continentais que afetam a zona temperada europeia; a altitude, que acentua os rigores térmicos e aumenta as precipitações; e a orientação das vertentes.

O clima é em geral rigoroso, com invernos muito longos e frios e verões curtos e frescos. No entanto, observa-se grande diferença nas precipitações e temperaturas das diferentes zonas. Os Pré-Alpes de Provença, França, têm temperaturas suaves e precipitações inferiores a mil milímetros anuais, enquanto que os Alpes centrais são muito frios e úmidos e registram mais de dois mil milímetros anuais de precipitação.

Abaixo dos 1.500m de altitude estendem-se bosques de bétulas e abetos. Numa zona intermediária, em torno de 1.800m, crescem salgueiros, pinheiros e abetos, às vezes muito altos. Os prados se encontram até alturas de 2.400m, a partir daí a vegetação começa a degradar-se para dar lugar às neves eternas.

Economia. Até o século XIX, as difíceis condições físicas fizeram dos Alpes uma zona de alta taxa de emigração. A economia era de subsistência; a população vivia do cultivo de cereais e batata nos vales e, nas pastagens de montanhas altas, da criação de bovinos.

A situação mudou, no entanto, no fim do século XIX, devido a quatro fatores: a construção de estradas, ferrovias e túneis (como o de São Gotardo), que acabaram com o bloqueio hibernal e serviram para integrar a economia dos diferentes países; a introdução de novas técnicas pecuárias e agrícolas; o desenvolvimento de um forte setor hidrelétrico, que favoreceu a criação de indústrias têxteis e metalúrgicas; e o turismo, que embora tivesse no princípio caráter aristocrático, mais tarde converteu-se num autêntico fenômeno de massas.

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