Tratados de Utrecht (1712 a 1714)

Os Tratados de Utrecht consagraram uma divisão do mundo, determinada por um novo equilíbrio de forças internacionais, que beneficiou as potências europeias emergentes -- Países Baixos (Holanda), França, Grã-Bretanha -- em detrimento das antigas potências ibéricas. Com eles mudaram de mãos importantes colônias americanas.
Os dois polos da disputa se definiram com a França, em apoio de Filipe, de um lado, e a Grande Aliança que se formara contra Luís XIV a favor do príncipe Carlos, de outro. A Grande Aliança, liderada pela Grã-Bretanha, integrada pela República Holandesa (atual Países Baixos), Prússia, Portugal e pela casa de Savóia, perdeu força quando Carlos foi eleito imperador do Sacro Império Romano-Germânico, com o nome de Carlos VI, pois para os britânicos não convinha que o príncipe austríaco centralizasse tanto poder. A questão da sucessão na Espanha foi solucionada em favor de Filipe V, que conservou a coroa da Espanha e as respectivas colônias, mas renunciou ao direito de sucessão ao trono francês.
A Grã-Bretanha teve sua hegemonia marítima e comercial confirmada. A França reconheceu o direito sucessório da rainha Ana ao trono inglês e cedeu à Inglaterra várias possessões americanas: a Terra Nova, a Nova Escócia, o território da baía de Hudson, a Acádia e a ilha de St. Kitts. Pelos tratados firmados entre a Inglaterra e a Espanha, foram anexados à coroa britânica Gibraltar e Minorca. Além disso, a Inglaterra obteve por trinta anos o monopólio do tráfico de escravos para as Índias Ocidentais.
Tanto a França como a Espanha assinaram tratados em separado com os aliados do trono inglês. Em 1713 foi ratificado entre Portugal e França o tratado de paz e amizade que fixava as fronteiras do Brasil com a Guiana Francesa, pelo qual Luís XIV reconhecia como portuguesas as duas margens do rio Amazonas e estabelecia como limites de suas pretensões o rio Oiapoque. Essa questão, entretanto, continuou a provocar conflitos entre a França e o Brasil por mais de um século e só teria solução definitiva em favor do Brasil pela sentença do Conselho da Federação Suíça, de 1º de dezembro de 1900.
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