Camboja | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos do Camboja

Camboja | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos do Camboja


Geografia: Área: 181.035 km². Hora local: +10h. Clima: tropical. Capital: Phnom Penh. Cidades: Phnom Penh (1.020.000), Sihanoukville (170.600).

População: 17 milhões; nacionalidade: cambojana; composição: khmers 90%, vietnamitas 5%, outros 5%. Idiomas: khmer (oficial), vietnamita, chinês, francês. Religião: budismo 84,7%, crenças populares chinesas 4,7%, crenças tradicionais 4,4%, outras 4,1%, sem religião e ateísmo 2,7% - dupla filiação 0,6%.

Relações exteriores: Organizações: Asean, Banco Mundial, FMI, ONU. Embaixada: 4530, 16th Street NW, Washington D.C. 20011, EUA; e-mail: cambodia@embassy.org, site na internet: www.embassy.org/cambodia.

Governo: Monarquia parlamentarista. Div. administrativa: 20 províncias e 4 municipalidades. Chefe de Estado: rei Norodom Sihamoni (desde 2004). Partidos: do Povo Cambojano (KPK), Frente Nacional Unida por um Camboja Independente, Neutro, Pacífico e Cooperativo (Funcinpec), Sam Rainsy. Legislativo: bicameral – Assembleia Nacional, com 123 membros; Senado, com 61 membros. Constituição: 1993.

Ex-colônia francesa, o Camboja esteve nos anos 1970 sob o controle da organização de esquerda Khmer Vermelho, que deslocou milhões de pessoas para o campo e perseguiu a população mais instruída, a elite econômica e a oposição ao regime. Calcula-se que entre 800 mil e 2,5 milhões de cambojanos tenham morrido de fome ou nos campos de extermínio durante o governo do Khmer Vermelho, dirigido por Pol Pot. Após anos de turbulência em razão de disputas políticas, o país vive período de relativa estabilidade e crescimento econômico. O território cambojano, situado no Sudeste Asiático, é coberto por florestas tropicais e cortado por três grandes cadeias de montanhas. No noroeste do país localiza-se o Sítio Arqueológico de Angkor, patrimônio da humanidade. Sua principal construção é Angkor Wat, templo budista do século XII, considerado o melhor exemplo da arquitetura do antigo Império Khmer. O Camboja é uma das nações mais pobres da Ásia e a maioria de sua população trabalha na agricultura. Nos últimos anos, a confecção de roupas torna-se a principal fonte de divisas do país, respondendo por mais de 70% das exportações em 2001.

CAMBOJA, ASPECTOS GEOGRÁFICOS E SOCIOECONÔMICOS DO CAMBOJA

História do Camboja

Bandeira do CambojaAs origens do país remontam ao antigo Império Khmer, monarquia absolutista budista que floresce entre o fim do século VIII e o século XIII, na região onde ficam atualmente a Tailândia (antigo Sião), o Laos e o sul do Vietnã. Na última década do século IX, Yasovaman I, rei dos Khmer, funda Angkor, que permanece como capital da região até o século XV. Desde pelo menos o século XIII há seguidos ataques territoriais. Por causa das invasões vietnamitas e siamesas, no início do século XIX os domínios do Khmer já estão muito reduzidos, correspondendo ao atual território do Camboja. O rei Ang Duong (1847/1859) procura se afastar do domínio vietnamita e se aproximar da França. Seu filho, Norodom I (1859/1904), assina um tratado em 1863 que transforma o país em protetorado do império colonial francês. Pressionado pelo governo da França, Norodom I concede a mudança do estatuto do país de protetorado para colônia, em 1884. Os franceses preservam a monarquia e, ao dominar as insurreições contrárias à condição colonial, acabam por incorporar, em 1887, o Camboja à União da Indochina, que reúne seus domínios coloniais no Sudeste Asiático. A França mantém o controle do Camboja durante a maior parte da II Guerra Mundial, mas o poder efetivo é exercido pelo Japão, que ocupa toda a região.

Independência - Em 1941, o príncipe Norodom Sihanouk assume o trono, aos 18 anos. Em 1945, derrotados na guerra, os japoneses se retiram, e o domínio francês se restabelece. Sob pressão dos nacionalistas, o rei Sihanouk assina, em novembro de 1953, um acordo de independência. Em meados da década de 1960, a organização comunista Khmer Vermelho inicia uma rebelião contra o governo. Ao mesmo tempo, o território cambojano é utilizado como refúgio pelas tropas norte-vietnamitas e por guerrilheiros comunistas do Vietnã do Sul. Os Estados Unidos (EUA) usam esse fato como argumento para bombardear o país, e se torna cada vez mais difícil manter o Camboja à margem da Guerra do Vietnã.

Phnom Penh, Capital do Camboja
Phnom Penh, Capital do Camboja
Guerra do Camboja - Sihanouk é deposto em 1970, pelo marechal Lon Nol, seu antigo primeiro-ministro, num golpe apoiado pelos EUA. O rei forma uma frente nacional no exílio, em parceria com o Khmer Vermelho. O regime de Lon Nol tem a autoridade limitada aos centros urbanos, que vão sendo cercados pelos guerrilheiros. Em 1975, o Khmer Vermelho toma a capital, Phnom Penh. Sihanouk é declarado chefe de Estado, mas o Khmer Vermelho detém, de fato, o poder. Em 1976, Sihanouk renuncia e Pol Pot, líder máximo do Khmer Vermelho, torna-se primeiro-ministro. Seu governo faz milhares de presos, desloca à força a população urbana para fazendas coletivas e praticamente elimina a indústria nacional.

Invasão vietnamita - O regime aproxima-se da China e adota uma política agressiva em relação ao Vietnã, que tem o apoio da União Soviética (URSS). Em dezembro de 1978, o Camboja é invadido por tropas vietnamitas, que instalam no poder dissidentes cambojanos liderados por Heng Samrin. Em 1982, as forças oposicionistas formam uma aliança, cujos dirigentes são Sihanouk (presidente), Son Sann (primeiro-ministro) e um dos líderes do Khmer Vermelho, Khieu Samphan (vice-presidente). A aliança recebe a aprovação da China e dos EUA. A URSS continua auxiliando o governo de Samrin. Golpe de Estado Em 1989, os vietnamitas deixam o território cambojano e, no ano seguinte, as quatro facções (o governo, Sihanouk, o Khmer Vermelho e o grupo de Son Sann) aceitam a formação da Autoridade Transitória da Organização das Nações Unidas (ONU) no Camboja. Em 1991 assinam um acordo de paz. Em 1993, o partido de Sihanouk vence as eleições parlamentares e forma um governo com os membros do antigo regime pró-vietnamita, liderados por Hun Sen. Uma nova Constituição é aprovada em setembro, e Sihanouk é coroado rei da recém-estabelecida monarquia parlamentarista. Em outubro, a Assembleia Nacional indica o príncipe Norodom Ranariddh (filho de Sihanouk) e Hun Sen como primeiros-ministros. Em julho de 1997, Hun Sen dá um golpe de Estado, o que põe fim a quatro anos de coabitação entre adversários políticos. O príncipe Ranariddh foge para Paris.

Pacificação - Depois de passar 18 anos escondido na selva, o líder do Khmer Vermelho, Pol Pot, reaparece, em 1997. O próprio grupo guerrilheiro, reduzido a poucos milhares de integrantes, prende Pol Pot e o condena à prisão perpétua. Em 1998, ele morre na prisão domiciliar, supostamente de ataque cardíaco. Em fevereiro de 1998, Hun Sen aceita a volta de Ranariddh e a realização de eleições parlamentares. O vitorioso no pleito de julho é o Partido do Povo Cambojano (KPK), de Hun Sen, que se mantém no cargo de primeiro-ministro. Ranariddh passa a presidir a Assembleia Nacional.

Tribunal de guerra - Em 1999, tropas do governo capturam Ta Mok, líder das forças remanescentes do Khmer Vermelho. Sua prisão intensifica as pressões da oposição interna e da ONU para que os responsáveis pelos crimes cometidos pelo Khmer Vermelho sejam julgados. Hun Sen reluta em aceitar processos contra os antigos dirigentes, muitos em cargos importantes no governo e nas Forças Armadas. Em 2000, o Camboja obtém empréstimo de 548 milhões de dólares, concedido por países como os EUA, que apóiam o julgamento. No mesmo ano, Hun Sen assina acordo com a ONU que determina a criação de um tribunal especial para julgar os líderes do Khmer Vermelho por crimes contra a humanidade.

Em 2001, a Assembleia Nacional aprova o acordo com a ONU, mas estabelece que só serão julgados os indivíduos com "responsabilidade máxima" pelas atrocidades. Em 2002, a ONU retira o apoio ao tribunal. Somente em junho de 2003, após novas negociações, os dois lados chegam a um entendimento.Nas eleições parlamentares de julho, o KPK de Hun Sen elege 73 dos 123 parlamentares, não alcançando os dois terços necessários para governar sozinho. As negociações para a formação do gabinete estendem-se por quase um ano. Em julho de 2004, a Assembleia Nacional aprova o novo governo, uma coalizão entre o KPK e a Frente Nacional Unida por um Camboja Independente, Neutro, Pacífico e Cooperativo (Funcinpec), do príncipe Norodom Ranariddh. Hun Sen permanece como premiê.

Novo rei - Em outubro, o Camboja ingressa na Organização Mundial do Comércio (OMC). No mesmo mês é aprovada a instalação do tribunal, com o apoio da ONU, que julgará os dirigentes do Khmer Vermelho. Também em outubro, o rei Norodom Sihanouk abdica ao trono, alegando que está com a saúde frágil. O Conselho do Trono do Camboja elege seu filho, o príncipe Norodom Sihamoni, o novo soberano.

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