Colonização do Brasil, Aspectos Gerias do Brasil Colonial
Exploração do Pau-Brasil - A exploração do pau-brasil, árvore então abundante na Mata Atlântica, é a primeira atividade econômica desenvolvida pelos portugueses em terras brasileiras. É também a primeira atividade a ser declarada monopólio da Coroa, permanecendo nessa condição por quase todo o período colonial, mesmo quando arrendada a particulares. A madeira avermelhada é usada na produção de pigmentos largamente empregados na Europa para o tingimento de tecidos e a preparação de tintas para desenho e pintura. A extração do pau-brasil é inicialmente bastante facilitada pela localização das florestas junto ao litoral e pelo escambo com os indígenas, que cortam e transportam as toras em troca de mercadorias europeias baratas, como facões, machados, espelhos, panos etc. Mesmo não chegando a ter o porte da monocultura exportadora, a extração do pau-brasil mantém sua importância comercial e estratégica até suas reservas naturais começarem a esgotar-se no século XVIII.

De fato, a extração do pau-brasil foi a primeira atividade econômica empreendida pelos colonizadores portugueses no Brasil. Naquela época, a madeira avermelhada do pau-brasil era um dos produtos de maior procura na Europa. E, para a sorte de Portugal, havia mais de 70 milhões de árvores do tipo nas terras brasileiras.
A Coroa Portuguesa elaborou uma política de exploração de toda essa riqueza. Tal política baseou-se na concessão do direito de exploração da madeira a particulares, em troca de taxas e uma série de outras condições, como a edificação de fortalezas e o envio de embarcações à nova terra.
Muitos destes particulares, detentores do direito de exploração concedido pela Coroa usavam índios como força de trabalho. Para convencê-los, ofereciam pequenas mercadorias e objetos, como espelhos, ferramentas e colares, objetos comuns na Europa, mas que chamavam a atenção e despertavam a curiosidade dos nativos. Tal prática ficou conhecida como escambo.
Os principais rivais dos portugueses no que se refere à exploração do pau-brasil foram os franceses, que contrabandeavam a madeira com frequência. Portugal fez diversas tentativas de expedições “guarda-costas”, porém a maioria não teve sucesso, em razão da grande extensão do litoral brasileiro.
Por volta de 1530 a madeira brasileira já não conseguia atender à demanda europeia. Mesmo assim, tal comércio durou até o século XIX, com a descoberta de um corante artificial relativo.

Auge da produção – Na metade do século XVIII, a mineração colonial está no auge de seu desenvolvimento, exportando entre 14 e 15 toneladas de ouro anuais. Além de pagar as importações de certos alimentos, móveis, roupas, armas, material de construção e decoração, essa riqueza também estimula o comércio interno pela sua demanda de gêneros de subsistência, sal, utensílios, ferramentas, couros, arreios, material de transporte, animais de carga etc. Esse desempenho, porém, sofre com a fiscalização excessiva e os pesados tributos, que, na prática, fazem aumentar o contrabando e inibem os investimentos sem aumentar a arrecadação oficial.
Declínio – A mineração entra em declínio com o esgotamento dos depósitos auríferos, na maioria aluvionais, e no começo do século XIX a produção e a exportação de ouro e diamantes têm pequena expressão no quadro da economia colonial.
Pecuária no Brasil Colônia - A criação bovina começa com a colonização, como atividade de subsistência das fazendas e para o abastecimento das vilas e cidades do litoral. Nos séculos XVII e XVIII, com o incremento da agricultura canavieira na faixa litorânea e o desenvolvimento da mineração na região das gerais, a atividade desloca-se do litoral. Os rebanhos avançam em direção aos sertões nordestino e mineiro, dispersando-se ao longo da bacia do São Francisco, de Minas Gerais até o Piauí e Maranhão.
Com a aceleração da colonização do Sul, na primeira metade do século XVIII, a pecuária bovina também se estende pela campanha gaúcha. Fornecendo carnes salgadas e couros para diversas regiões da colônia, a pecuária mantém-se como criação extensiva estável e de baixo custo. Nas épocas de crise é capaz de incorporar mão-de-obra excedente das áreas exportadoras, contribuindo para aliviar problemas sociais. No Nordeste, em particular, essa função adicional da pecuária contribui para o crescimento populacional, pois, apesar do declínio econômico do litoral em certos períodos, os habitantes encontram meios de subsistência no interior.

Casa-grande – A sede das grandes fazendas, ou do engenho, é o maior símbolo do poderio absoluto dos senhores de terras. A família da casa-grande é numerosa: são muitos filhos, tanto legítimos como ilegítimos, parentes, agregados, escravos e libertos. Todos respeitam a autoridade doméstica e pública do senhor, ao mesmo tempo pai, patriarca e chefe político. Essa é a estrutura familiar das regiões da monocultura tropical, escravista e exportadora. Com ela convive a chamada família nuclear, bem menor, formada quase sempre pelo casal e por poucos filhos, quando não apenas por um dos pais e as crianças. Típica das regiões de produção pouco importante para o mercado externo, essa organização familiar predomina em São Paulo e áreas adjacentes à mineração.
Miscigenação – A sociedade colonial apresenta outra característica, importante desde o início, mas que se intensifica com o tempo: a miscigenação. Misturando raças e culturas na convivência forçada pelo trabalho escravo dos índios e dos negros africanos, a sociedade colonial adquire um perfil mestiço, personificado pelo mulato (branco europeu e negro africano) e pelo caboclo (branco e índio). Essa miscigenação condiciona as relações sociais e culturais entre colonizadores e colonizados, gerando um modelo de sociedade original na colônia, heterogêneo e multirracial, aparentemente harmônico. Na verdade, porém, ela não disfarça as desigualdades estruturais entre brancos e negros, escravos e livres, livres ricos e livres pobres, que não acabam quando é abolida a escravatura, no final do século XIX, mas permanecem visíveis na sociedade brasileira contemporânea.
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