Cuba | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos de Cuba
A República de Cuba é um país insular americano localizado no norte do Mar do Caribe. Os territórios mais próximos são as Bahamas, a nordeste, o Haiti, a sudeste, os Estados Unidos da América, a norte, a colónia britânica das Ilhas Caymans, a sul, a Jamaica também a sul, e o território norte americano de Navassa, ainda a sul. A sua capital é Havana (em castelhano, La Habana). Cuba é um arquipélago formado por aproximadamente 4.195 restingas, ilhotas e ilhas. As maiores são a Ilha de Cuba e a Ilha da Juventude, com uma superfície de 2.200 km quadrados. A longa ilha de Cuba é a maior destas ilhas das Caraíbas com uma superfície 104.945 km quadrados. O conjunto do arquipélago cubano, possui uma superfície de 110.860 quilômetros quadrados e uma extensão territorial de 1.200 quilômetros.
Geografia: Área: 110.922 km². Hora local: -1h. Clima: tropical. Capital: Havana. Cidades: Havana (2.210.00), Santiago de Cuba (460.500), Camagüey (320.000), Holguín (270.300), Santa Clara (210.100) (2017).
População: 12,2 milhões (2017); nacionalidade: cubana; composição: eurafricanos 51%, europeus ibéricos 37%, afro-americanos 11%, chineses 1%. Idioma: espanhol (oficial). Religião: cristianismo 44,5% (católicos 39%, outros 5,4%), sem religião 29,8%, espiritismo 17,9%, ateísmo 7,2%, outras 0,6%.
Relações Exteriores: Organizações: OMC, ONU. Embaixada: Tel. (61) 248-4710, fax (61) 248-6778 – Brasília (DF); e-mail: embacuba@uol.com.br.
Governo: Regime de partido único (PCC) e um órgão supremo (Assembleia Nacional do Poder Popular). Div. administrativa: 14 províncias divididas em municipalidades. Presidente: Fidel Castro Ruz (PCC) (desde 1959, eleito em 1976 e reeleito em 1981, 1986, 1993, 1998 e 2003). Partido: Comunista Cubano (PCC) (único legal). Legislativo: unicameral – Assembleia Nacional do Poder Popular, com 601 membros. Constituição: 1976.
*Método de cálculo com base na paridade de poder de compra (PPC) – Estimativa
Única nação comunista das Américas, Cuba está localizada na entrada do golfo do México, a apenas 170 quilômetros da costa dos Estados Unidos (EUA). O país vive uma séria crise econômica desde a desintegração da União Soviética (URSS), da qual era dependente, situação agravada pelo embargo comercial imposto pelos EUA. Nos últimos anos, o governo abre limitadamente a economia do país e incentiva o turismo. A ilha de Cuba, a principal do território cubano, é a maior do arquipélago das Antilhas. A capital, Havana, situa-se em sua costa noroeste. O relevo é predominantemente plano, com uma pequena zona montanhosa no sudeste, a Serra Maestra, de onde partiu a guerrilha liderada por Fidel Castro para tomar o poder, em 1959. O modelo socialista de educação e saúde elevou o padrão de vida local – a população tem acesso gratuito a serviços de saúde e a taxa de analfabetismo é de 3,6%. Por causa da origem africana de parte da população, a cultura cubana possui muito em comum com a brasileira, como o Carnaval e a santería, religião semelhante ao candomblé. Também é forte a influência espanhola – visível nos edifícios coloniais de Havana, considerados patrimônios da humanidade – e a norte-americana, representada pelo beisebol, esporte nacional cubano.
Cuba é habitada por índios taínos e siboneyes na época da chegada de Cristóvão Colombo, em 1492. O domínio espanhol, ameaçado por ataques ingleses, é formalmente reconhecido em 1763. Milhares de escravos africanos chegam para trabalhar nas lavouras de cana-de-açúcar e tabaco. Em 1860, a ilha produz quase um terço do total mundial de açúcar. A primeira guerra pela independência começa em 1868 e dura dez anos. Em 1895, o poeta José Martí, ao lado dos generais Máximo Gómez e Antonio Maceo, proclama a República e inicia nova guerra de independência, mas é morto numa emboscada. Em 1898, os EUA entram em conflito com a Espanha, que, derrotada, deixa Cuba em 1899. Os norte-americanos governam o país até sua independência, em 1902. Conservam daí em diante a base naval de Guantánamo e, até 1934, o direito de intervir nos assuntos internos da ilha.
Havana, Capital Cubana |
Revolução Cubana
Em 1933, o ex-sargento Fulgencio Batista aproveita-se do levante popular que derruba o ditador Gerardo Machado para tomar o poder. Governa até 1944, com o apoio dos EUA. Em 1952, Batista lidera um golpe de Estado e estabelece uma ditadura. A repressão oficial leva rebeldes liderados por Fidel Castro Ruz a atacar, em 1953, o quartel de La Moncada. Depois de breve período de prisão e de um exílio no México, Fidel retorna com um grupo rebelde, que se instala na Serra Maestra e passa a combater a ditadura. A luta chega ao fim com a tomada de Havana, em 1º de janeiro de 1959. O novo governo promove a reforma agrária, nacionaliza as empresas, cria campos de concentração e fuzila seus opositores e colaboradores de Batista. Milhares de cubanos deixam o país e se estabelecem na Flórida, sul dos EUA, onde passam a representar uma força política contrária ao governo de Castro devido a perseguição política promovida pela ditadura implantada por Fidel Castro Ruz. EUA e Cuba rompem relações em janeiro de 1961. A tensão cresce em abril, quando exilados cubanos treinados pela CIA, a agência central de inteligência dos EUA, desembarcam na baía dos Porcos, numa tentativa frustrada de derrubar o governo revolucionário.
Alinhamento com a URSS: Em dezembro de 1961, Fidel Castro anuncia a adesão do Estado cubano ao marxismo-leninismo. Os EUA decretam em 1962 bloqueio econômico e político a Cuba, que é expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA). Nesse mesmo ano, diante da descoberta dos planos de instalação de mísseis nucleares soviéticos na ilha, os EUA arriscam-se num impasse que poderia ter conduzido a uma guerra nuclear, ao impor um bloqueio naval a Cuba. A URSS recua e retira os mísseis da região. Em 1972, Cuba entra no mercado comum do bloco comunista com tratamento preferencial: exporta açúcar e importa petróleo a preços subsidiados. O país obtém grandes progressos econômicos e sociais, especialmente em medicina, saúde pública e educação.
Crise econômica: Com a dissolução da URSS, em 1991, Cuba enfrenta dificuldades econômicas e passa a estimular investimentos estrangeiros. O aprofundamento da crise provoca êxodo maciço de cubanos rumo a Miami (EUA). Em 1996, o presidente norte-americano, Bill Clinton, sanciona a Lei Helms-Burton, penalizando empresas que negociam com Cuba ou investem no país. A União Europeia (UE), o México e o Canadá protestam contra a medida. Em 1998, o papa João Paulo II faz uma visita histórica ao país.
Em 2002, o governo cubano decide fechar 71 usinas de açúcar, cortando 200 mil empregos. É quase a metade das usinas do país. Principal item da economia cubana, o açúcar já não alcança no mercado internacional preços que compensem os custos de produção.
Endurecimento: Em março de 2003, o regime cubano prende 75 opositores e os condena a penas de até 28 anos de prisão. Também executa três homens que haviam sequestrado um barco para tentar chegar à costa norte-americana. O endurecimento do governo provoca forte condenação internacional. A UE adota sanções econômicas e diplomáticas contra Cuba em repúdio à repressão. O presidente dos EUA, George W. Bush, anuncia a ampliação do embargo econômico a Cuba, visando a debilitar ainda mais o regime de Castro. Em abril de 2004, a Comissão de Direitos Humanos da ONU condena a falta de liberdades civis em Cuba. Em novembro, buscando um acordo com a UE, o regime cubano liberta cinco presos políticos, entre eles dois dos mais importantes dissidentes, o poeta Raúl Rivero e o presidente do Partido Liberal Democrático, Osvaldo Alfonso Valdés. Os dois ficaram detidos pouco mais de um ano.
Os EUA dificultam remessa de dólares à ilha: As famílias com integrantes espalhados entre Cuba e os EUA são as vítimas imediatas da decisão do governo norte-americano de apertar o cerco econômico ao regime de Fidel Castro. Pelas regras adotadas em maio de 2004, os cubanos residentes nos EUA – quase todos, na região de Miami – só podem viajar para Cuba uma vez a cada três anos (antes, essas viagens eram permitidas anualmente), com a permanência limitada a duas semanas, e os gastos, a 1,2 mil dólares. O objetivo é diminuir o fluxo de divisas para a ilha, que continua submetida a um bloqueio econômico. A reação do governo cubano veio em novembro de 2004, com a proibição do uso de dólares em Cuba e a cobrança de uma taxa de 10%, em favor do Estado, na troca da moeda norte-americana por pesos cubanos.
Em abril de 2015, Obama e Castro se reuniram na Cúpula das Américas realizada no Panamá. Sem dúvida, a mais importante de todas, pois foi a primeira vez que o encontro contou com a presença de um líder cubano. Os dois deixaram claro ao mundo a disposição em pôr fim aos conflitos políticos que sustentam redes ilegais e clandestinas de ambos os lados. A crise econômica teve o seu papel nisso tudo. Havana também se deu conta que países como Rússia, Brasil e Venezuela, já não tinham como dar suporte financeiro e mesmo político. O futuro de Cuba passa por Miguel Díaz-Canel, atual vice-presidente. Um político novo, moderno, afável e aberto ao diálogo sem pré-condições.
Diálogo entre Cuba e EUA
Em dezembro de 2014, Raúl Castro e Barack Obama anunciaram simultaneamente que Cuba e Estados Unidos estavam descongelando as relações e iniciando um processo de reaproximação política e diplomática. Um caminho que, previam, seria longo, difícil, mas que chegaria a bom termo. No ano passado, as embaixadas cubana em Washington e norte-americana em Havana, foram reabertas depois de mais de 50 anos.Em abril de 2015, Obama e Castro se reuniram na Cúpula das Américas realizada no Panamá. Sem dúvida, a mais importante de todas, pois foi a primeira vez que o encontro contou com a presença de um líder cubano. Os dois deixaram claro ao mundo a disposição em pôr fim aos conflitos políticos que sustentam redes ilegais e clandestinas de ambos os lados. A crise econômica teve o seu papel nisso tudo. Havana também se deu conta que países como Rússia, Brasil e Venezuela, já não tinham como dar suporte financeiro e mesmo político. O futuro de Cuba passa por Miguel Díaz-Canel, atual vice-presidente. Um político novo, moderno, afável e aberto ao diálogo sem pré-condições.
Ditador Fidel Castro
Ditador revolucionário cubano nascido em Mayarí, na província cubana de Oriente, que à frente de um grupo de guerrilheiros, fez com que surgisse em Cuba a primeira ditadura comunista do hemisfério ocidental. Filho de um usineiro de açúcar, estudou em escolas católicas de Santiago de Cuba e em Havana, no prestigiado Colegio de Belén, dirigido por jesuítas, formando-se em direito pela Universidade de Havana, onde se iniciou nas atividades políticas.Após participar em atividades revolucionárias frustadas na República Dominicana e na Colômbia, tramou a tomada do quartel de Moncada, em Santiago, na sua primeira iniciativa contra o golpe militar encabeçado por Fulgencio Batista (1953). Preso foi anistiado (1955), e com o irmão mais novo Raúl foram para o México, onde se juntaram ao argentino Ernesto Che Ghevara, fundando o Movimento 26 de Julho. Desembarcaram clandestinamente em Cuba (1956), instalaram-se nas montanhas de Sierra Maestra e iniciaram a vitoriosa campanha de guerrilhas contra as forças do governo, que terminou com a fuga do ditador Batista (1958).
Assumindo o controle do país instituiu a pena de morte para os defensores do antigo regime e adversários do novo, iniciou uma política de expropriações e prisões e promoveu as reformas agrária e urbana, o que provocou o êxodo de uma parte considerável da população para Miami.
Na política proclamou-se comunista (1961), declarou Cuba estado socialista de partido único, o Partido Comunista de Cuba - O Partidão, rompendo com os Estados Unidos e colocando-se sob a proteção da a União Soviética, o que quase provocou uma terceira guerra mundial (1962). Também ajudou com apoio ideológico movimentos revolucionários da América Latina e com tropas militares os governos marxistas de Angola e da Etiópia, na África.
No campo social, um dos seus maiores sucessos, conseguiu promover uma considerável expansão da educação, da saúde pública, da previdência social, do esporte e das artes. Dependente economicamente da União Soviética, com o fim desta, seu país tem passado por enormes dificuldades econômicas agravadas pelo embargo econômico e comercial patrocinado pelos Estados Unidos, o que deve implicar em profundas transformaçãos sociais e políticas após sua futura e inevitável saída do poder. Por causa de uma doença mantida como segredo de Estado, em 31 de julho (2006) cedeu o poder a seu irmão Raúl, após uma intervenção provocada por uma hemorragia.
Morte de Fidel Castro
O Ditador de Cuba, Fidel Castro, morreu no sábado 26 de novembro de 2016, aos 90 anos, na capital Havana. A informação foi divulgada pelo seu irmão Raúl Castro em pronunciamento na TV estatal cubana.Fidel Castro é visto como um grande líder revolucionário para poucos, e como ditador implacável para muitos, Fidel foi saindo de cena progressivamente ao longo da década de 2000, morando em lugar não divulgado e fazendo aparições esporádicas nos últimos anos.
As últimas imagens de Fidel Castro são do dia 15 de novembro de 2016, quando recebeu em sua residência o presidente do Vietnã, Tran Dai Quang. Antes, ele foi visto em um ato público foi no dia 13 de agosto de 2016, na comemoração de seu 90º aniversário. A festa reuniu mais de 100 mil pessoas. Na época, Fidel apresentou um semblante frágil, vestido com um moletom branco e acompanhado pelo seu irmão Raúl e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Alejo Carpentier y Valmont, filho de um arquiteto francês, nasceu em 26
de dezembro de 1904 em Havana. Em 1921 abandonou os estudos de música e
arquitetura pelo jornalismo e integrou-se a um movimento literário
progressista, o Grupo Minorista. Preso em 1927 por criticar a ditadura
de Gerardo Machado, começou a escrever na cadeia seu primeiro romance,
¡Ecué-Yamba-Ó!, publicado em Madri em 1933, cujo tema é a vida e a
cultura das comunidades negras de Cuba. De 1928 a 1939 esteve exilado na
França, onde entrou em contato com o movimento surrealista, o qual,
segundo confessou o escritor, levou-o a perceber a realidade "telúrica"
do continente americano, subjacente aos temas indigenistas. Visitou a
Espanha durante a guerra civil, em apoio aos republicanos. De volta a
Cuba, trabalhou no rádio e na imprensa e chegou a lecionar música no
conservatório nacional, o que o impeliu a escrever La música en Cuba
(1946).
A prosa de Carpentier, calcada no "realismo mágico" e vazada numa suntuosidade formal raramente superada, traduz todo o fascínio do mundo caribenho.
Em 1945 radicou-se na Venezuela, mas continuou a viajar muito. O interesse pela mitologia americana convenceu-o de que, para captar aquela realidade, o realismo era insuficiente e o surrealismo, em cuja defesa havia colaborado, estéril. Mais adequado seria extrair o real e insólito que a realidade lhe oferecia, o que ele chamou de "real maravilhoso", que "se encontra a cada passo na história do continente". Uma visita ao Haiti proporcionou-lhe o tema para o romance El reino de este mundo (1949), centrado na figura do tirano Henri Christophe, líder dos escravos negros que conquistaram a independência da ilha. A selva venezuelana inspirou-lhe Los pasos perdidos (1953), que narra a fuga de um antropólogo da civilização ocidental para a autenticidade do mundo mítico ancestral indígena.
Em 1958 Carpentier publicou o livro de contos Guerra del tiempo e um ano mais tarde voltou a Cuba, onde apoiou a revolução de Fidel Castro. Ali publicou uma obra capital, El Siglo de las Luces (1962), na qual, num ambiente caribenho, interpreta as contradições da revolução francesa, sua violência e perda de ideais. Como em nenhum outro romance, Carpentier mostra-se mestre de um estilo barroco, exuberante, realçado pela complexidade das estruturas narrativas e pelo rigor histórico.
Em 1970 foi nomeado adido cultural cubano em Paris. Durante esse último período de sua vida, escreveu os romances El recurso del método (1974), Concierto barroco (1974), La consagración de la primavera (1978) e El arpa y la sombra (1979), nos quais reafirmou sua visão da América ibérica como produto de uma grande encruzilhada cultural. Alejo Carpentier morreu em Paris em 24 de abril de 1980.
Alicia Martinez Hoyo, nome de batismo da artista, nasceu em Havana em
1920. Deixou seu país ainda muito jovem para estudar balé clássico. Em
1941 ingressou no American Ballet Theatre, no qual chegou a ser primeira
bailarina. Quando regressou a Cuba, já possuía todas as qualificações
necessárias para formar sua própria escola e, mais tarde, uma companhia
de dança. A escola abriu as portas em Havana em 1955 e o Ballet de Cuba
de Alicia Alonso, fundado no ano seguinte, logo realizaria excursões
triunfais no país e no mundo. Em 1962, essas instituições passaram a
chamar-se Escuela Nacional de Ballet de Cuba e Ballet Nacional de Cuba,
recebendo subsídios do governo.
Grande parte do êxito que a dança alcançou na América Latina no século XX, deve-se à bailarina e coreógrafa cubana Alicia Alonso.
Na década de 1960 a artista já era uma das grandes figuras da dança internacional e colaborava com os principais balés do mundo. Em 1966, participou do Festival Internacional de Dança de Paris, onde exibiu, com êxito, uma versão própria de Giselle. Em 1968 apresentou o balé Carmen, de Bizet, com o título de Bizet Suite, numa coreografia sua e de Alberto Alonso. Ambos os espetáculos consagraram-na como excepcional bailarina romântica e demonstraram seu talento de coreógrafa, reafirmado em 1974 com A bela adormecida. Desde jovem, Alicia Alonso teve que lutar contra um problema na vista que, porém, não a impediu de dançar ou de transmitir seus conhecimentos a inúmeros discípulos.
Fonte: Geografia Total
www.klimanaturali.org