Romênia | Aspectos Geográficos e Socioeconômicos da Romênia
Geografia – Área: 238.391 km². Hora local: +5h. Clima: temperado continental. Capital: Bucareste. Cidades: Bucareste (1.970.000), Iasi (350.000), Cluj-Napoca (340.900), Timisoara (340.600), Constança (330.000) (2018).
População – 22,3 milhões (2018); nacionalidade: romena; composição: romenos 89,4%, húngaros 7,1%, ciganos 1,8%, alemães 0,5%, ucranianos 0,3%, outros 0,9%. Idiomas: romeno (oficial), húngaro, alemão. Religião: cristianismo 88% (ortodoxos 85,1%, católicos 14,5%, outros 12,8% - dupla filiação 24,4%), sem religião 7,4%, ateísmo 3,3%, islamismo 1,3%. Moeda: leu romeno.
Relações Exteriores – Organizações: Banco Mundial, FMI, OMC, ONU, Otan. Embaixada: Tel. (61) 226-0746, fax (61) 226-6629 – Brasília (DF); e-mail: romenia@solar.com.br.
Governo – República com forma mista de governo. Div. administrativa: 41 condados e 1 municipalidade (Bucareste). Partidos: Social Democrata (PSD), Democrático (PD), por uma Romênia Maior (PRM), União Democrática dos Húngaros na Romênia (UDMR), Nacional Liberal (PNL). Legislativo: bicameral – Senado, com 140 membros; Câmara dos Deputados, com 346 membros. Constituição: 1991.
A Romênia é uma nação que está situada no sudeste da Europa, o país é atravessado pelos montes Cárpatos. O rio Danúbio, que corta 11 nações europeias, desemboca no litoral do país, em um grande delta no mar Negro. Os romenos são o único povo de língua neolatina no Leste Europeu, he–rança da dominação romana. A influência do antigo império também está presente no nome da nação: Romênia significa terra dos romanos. A religião predominante é o cristianismo ortodoxo. O país abriga expressiva comunidade cigana. O potencial hidrelétrico e as reservas minerais originaram uma indústria pesada sob o regime comunista, modernizada nos últimos anos com a entrada de capital estrangeiro. A transição para a economia de mercado, porém, é mais lenta do que a promovida em outras nações ex-comunistas europeias.
Os dácios, antigos habitantes da região, caem sob domínio romano no século II. Entre o século IV e o VII, a Dácia (nome dado à província romana) é invadida por povos nômades (hunos, avaros, godos, gépidas) e eslavos. Na mesma época, os daco-romanos são cristianizados, seguindo o ramo ortodoxo após o cisma da Igreja Católica. Na Idade Média, os feudos romenos aglutinam-se em três principados: Valáquia, Moldávia e Transilvânia, este último um ducado vassalo da Hungria. No século XVI caem sob o domínio do Império Turco-Otomano. A Transilvânia passa ao domínio dos Habsburgo no fim do século XVII. No decorrer do século XVIII, com o recuo dos turcos, os Habsburgo ocupam as regiões de Banato, Oltênia e Bucovina. O Império Russo fica com a Bessarábia. Em 1862, a Moldávia Ocidental se une à Valáquia, dando origem à Romênia como Estado autônomo do Império Turco-Otomano. A Transilvânia é anexada em 1867 ao Império Austro-Húngaro. Em 1878, a Romênia proclama a independência.
Guerras mundiais – Na I Guerra Mundial, a Alemanha ocupa quase toda a região. Com a derrota alemã, o Exército romeno recupera áreas perdidas e incorpora a Transilvânia, a Bucovina e a Bessarábia. O rei Carol II dá um golpe de Estado em 1938 e submete a nação à influência da Alemanha nazista. Em 1940, a Romênia é obrigada a devolver aos soviéticos as províncias recuperadas na I Guerra. O rei é deposto e substituído pelo filho Miguel. O poder de fato fica com o general Ion Antonescu, que abre o território aos alemães durante a II Guerra Mundial. A Romênia segue Adolf Hitler na declaração de guerra à União Soviética (URSS), em 1941. A derrota alemã na frente russa, em 1944, leva à queda de Antonescu.
Comunismo – Os comunistas se fortalecem. Em 1947 forçam a abdicação do rei e proclamam a República Popular da Romênia. A Transilvânia é devolvida à nação, mas a URSS fica com a Bessarábia e parte da Bucovina. Em 1948, o partido Comunista e o Social Democrata unem-se e vencem as eleições legislativas, aprovando uma Constituição de caráter socialista. O país passa para a área de influência da URSS. Nos anos 1960, a Romênia distancia-se dos soviéticos. A guinada se acentua em 1965, com a posse de Nicolae Ceausescu. Seu governo, uma ditadura familiar controlada pela Securitate (a polícia política), persegue oposicionistas e minorias étnicas e isola mais a nação.
Queda de Ceausescu – Nos anos 1980, pioram as condições de vida no país, o que dá origem a protestos e greves, reprimidos pelo governo. O ditador não acompanha as reformas promovidas pelo dirigente Mikhail Gorbatchov na URSS. Surgem denúncias de corrupção entre ministros e altos funcionários. Em dezembro de 1989, a Securitate reprime passeata em Timisoara, no oeste do país, e mata centenas de pessoas. A notícia tem grande repercussão interna. Ceausescu convoca comício de apoio ao governo, mas a manifestação vira uma insurreição popular e ele foge. Ion Iliescu, comunista que havia rompido com Ceausescu, assume o poder. Ceausescu e sua mulher, Elena, são presos e executados no Natal de 1989. Iliescu é eleito presidente em 1990.
Pluripartidarismo – Em setembro de 1991, uma ampla greve de mineiros, em protesto contra as propostas de privatizações, leva à renúncia do primeiro-ministro Petre Roman, sucedido por Theodor Stolojan. A nova Constituição, assinada em dezembro, institui o pluripartidarismo e as bases para a economia de mercado. As reformas, porém, são lentas, o que provoca crítica dos organismos financeiros internacionais e da União Europeia (UE). A privatização de estatais só é aprovada em 1995. Em 1996, o democrata-cristão Emil Constantinescu é eleito presidente. No mesmo ano, um tratado assinado entre Romênia e Hungria garante direitos, no país, à minoria húngara, concentrada na Transilvânia. Em contrapartida, os húngaros deixam de reivindicar a autonomia da região.
Crise econômica – Impopular por causa da crise econômica, em 1998 e 2009, o primeiro-ministro Victor Ciorbea renuncia e é substituído por Radu Vasile. Nas eleições legislativas de 2000, o Partido Social Democrata da Romênia (PSDR, depois PSD), de Iliescu, obtém 155 cadeiras na Câmara dos Deputados e 65 no Senado. Seu rival, o nacionalista Partido por uma Romênia Maior (PRM), fica com 84 assentos na Câmara e 37 no Senado. Iliescu vence as eleições presidenciais de dezembro. O novo primeiro-ministro é Adrian Nastase, também do PSDR. Em janeiro de 2000, a Romênia inicia conversações para a adesão à UE, que exige mais rapidez em sua transição para a economia de mercado.
Em 2001 é anunciado programa de privatizações, em parceria com o Banco Mundial. No ano seguinte, a UE deixa a Romênia de fora na lista dos países convidados a entrar para a comunidade em 2004. A perspectiva de ingresso fica para 2007. Em 2003, a Romênia cede instalações militares aos EUA na guerra contra o Iraque (depois de já tê-lo feito na guerra no Afeganistão). Um tratado de amizade é assinado com a Federação Russa em julho. Em outubro, ocorre a reforma constitucional, visando a facilitar o ingresso na União Europeia.
Eleições – Em março de 2004, o país passa a integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar ocidental. Em dezembro de 2004, Traian Basescu, do Partido Democrático (PD), de centro-direita, vence as eleições presidenciais, com a prioridade de aproximar o país da UE. Sua coalizão obtém a segunda bancada no Parlamento, atrás da alcançada pelo Partido Social Democrata e seus aliados.
A União Europeia quer melhor tratamento aos ciganos
Os ciganos formam a minoria mais importante da Romênia. Oficialmente totalizam 500 mil habitantes, mas o número pode chegar a 2 milhões, quase 10% da população. O tratamento dado aos ciganos na Romênia preocupa os governos da Europa Ocidental e constitui obstáculo para a aceitação do país na União Europeia. Os roma, como se autodenominam os ciganos europeus, têm uma história de perseguição. Cerca de 1 milhão foram mortos pelo nazismo. A população cigana europeia é calculada em 5 milhões pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que, em relatório de 2003, exorta cinco países – Hungria, República Tcheca, Eslováquia, Bulgária e Romênia – a intensificar esforços para eliminar a pobreza e a discriminação dos roma. Segundo o Pnud, suas condições de vida se equiparam às do Zimbábue e de Botsuana, e apenas 20% da comunidade tem emprego formal. Os países mais desenvolvidos da Europa, como a França, pressionam a Romênia para que impeça o fluxo de migração dos ciganos, em busca de trabalho, para os países mais ricos.
Alarico nasceu na ilha de Peuce, na atual Romênia, no ano 370. Com 24
anos comandou as tropas bárbaras na campanha do imperador Teodósio I
contra o usurpador Eugênio. Na distribuição de cargos que se seguiu à
morte de Teodósio I, Alarico não foi contemplado. Aclamado rei de seu
povo, decidiu atacar o império. Dirigiu-se a Constantinopla e, incapaz
de sitiar a cidade, invadiu a Grécia (395) saqueando a Ática e poupando
Atenas. Capturou Corinto, Argos e Esparta. Derrotado pelo romano Flávio
Estilicão, atravessou o golfo de Corinto, invadindo o Epiro (397). Feito
governador da Ilíria, apoiou tanto o imperador do Ocidente como o do
Oriente. Em 400, invadiu a Itália pela primeira vez, mas só sitiou Roma
em 408, retirando-se mediante vasto resgate. A queda do Império Romano se precipitou a partir do saque de Roma, no ano 410 da era cristã, comandado por Alarico, à frente de um exército de visigodos.
A intenção de Alarico não era destruir o Império Romano, mas obter territórios dentro de suas fronteiras, na região entre o Danúbio e o golfo de Veneza, além do título de comandante-em-chefe dos exércitos imperiais. As invasões sucessivas a Roma tiveram essa intenção, pois o imperador Honório não lhe dera a titulação almejada. Na segunda invasão (409), Honório, que se transferira para a África, celeiro de Roma, controlava, por isso mesmo, o abastecimento de gêneros da cidade. Alarico, depois de quase um ano, abandonou o grego Átalo, a quem fizera imperador, e entrou em negociações diretas com Honório, nada obtendo. Essa recusa formal provocou a terceira invasão, ocorrida em 410, quando a cidade foi inteiramente saqueada. Dirigindo-se em seguida para o sul, Alarico chegou à Calábria. Pretendia invadir a África, agora a posição-chave do império, em função de suas safras de trigo, mas teve dificuldades permanentes com as tempestades.
Sob o comando de Ataulfo, os visigodos invadiram então o sul da Gália e o norte da Espanha. Essas conquistas foram reconhecidas pelo imperador, que considerou o estado visigodo aliado de Roma. Alarico morreu em Cosentia, hoje Cosenza, Itália, em 410. Seus soldados enterraram-no no leito do rio Busento, matando os escravos usados no desvio do rio, para que não se revelasse o local do túmulo do guerreiro.
Não existem dados sobre a data do nascimento de Alarico II. A primeira
referência que se tem sobre sua vida é a de que sucedeu ao pai, Eurico,
no ano 484. Sua mãe, cristã ariana, educou-o num ódio feroz ao
catolicismo, embora ele próprio tenha abrandado as perseguições aos
católicos. Com Alarico II o domínio visigodo na Europa alcançou seu
esplendor máximo, pois o reino se estendia por grande parte da Gália
(Aquitânia, Languedoc e oeste da Provença) e por quase toda a Espanha
(exceto a Galícia). Em sua época, a expansão dos francos chegou até a
margem direita do rio Loire. Alarmado, Alarico pediu a ajuda do rei dos
ostrogodos da Itália, Teodorico, com cuja filha se casou.
O oitavo dos reis visigodos não se destacou por sua capacidade militar; passou à história pela compilação que mandou fazer do direito romano.
Entre as contribuições de Alarico II à cultura merecem destaque o Breviário de Alarico ou Lex romana visigothorum (compilação de leis romanas) e a construção de um canal na região francesa da Gasconha. Alarico morreu na batalha de Vouillé em 507, quando lutava contra o rei dos francos, Clóvis, que invadiu a Gália sob o pretexto de que os arianos estavam assassinando os prelados católicos.
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